Com a pandemia do novo coronavírus, o uso de álcool em gel se tornou um novo hábito para as famílias. Mas é preciso tomar muito cuidado, principalmente com as crianças. Um caso que chamou a atenção para o tema é o do pequeno Bento, de apenas cinco anos. Ele tentou higienizar as mãos com álcool em gel 70%, mas algum problema com a válvula do frasco fez com que o produto espirrasse em seu olho. O garoto teve que ser levado ao hospital, onde foi constatada uma extensa queimadura na córnea.
O caso ocorreu na semana passada, em Campinas, no interior do estado de São Paulo. Camila Mendes, mãe de Bento, fez uma postagem em seu perfil no Facebook contando o que aconteceu, com a intenção de alertar mães e pais sobre o uso do álcool em gel. Seu relato viralizou. “Ele chorou muito. Corri lavar com água corrente, [pois] a princípio tratei como se fosse xampu ou sabonete, mas não melhorou. Ele continuava chorando e até tremia de dor e me pediu que o levasse ao médico”, escreveu Camila.
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No hospital, ao ser identificada a queimadura na córnea, Bento teve que ser sedado para a retirada do resíduo de álcool em gel de seu olho. Ele foi medicado e mandado para casa, onde está se recuperando. Três dias depois do acidente, no dia 20 de julho, o garoto comemorou seu aniversário de cinco anos. O atendimento médico imediato foi extremamente importante, já que, quanto mais tempo o álcool fica em contato com o olho, maior a lesão.
O álcool em gel que causou a queimadura no olho de Bento ficava em um frasco em cima de um aparador na entrada de sua casa, para que todos incluíssem o uso na rotina – cenário que se tornou extremamente comum durante a pandemia. Mas o produto traz riscos e é preciso ficar atento. Se entrar em contato com o olho ou a boca, o álcool em gel pode causar queimaduras, como foi o caso do Bento. No caso de ingestão, dependendo da quantidade, ele pode causar intoxicação.
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Pelos riscos, o uso do produto deve ser cuidadoso até mesmo para os adultos. Em relação às crianças, o cuidado deve ser redobrado. Em nota sobre prevenção de acidentes durante a pandemia, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que, para as crianças, o melhor é sempre optar por usar água e sabão na higienização das mãos, deixando o uso do álcool em gel para a necessidade absoluta de ter que sair de casa.
Caso não haja a opção de água e sabão, o álcool em gel só deve ser usado por crianças que já têm noção de que não podem colocar a mão na boca ou nos olhos e, mesmo assim, um adulto deve supervisionar e orientar o uso. As embalagens de álcool em gel também devem ser deixadas longe do alcance das crianças, para evitar o uso não supervisionado. Em entrevista à Época, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Eduardo Martines, destacou a necessidade de ter cuidado no manuseio de álcool e orientou que, se houver contato do produto com os olhos, é preciso lavar imediatamente com soro fisiológico e procurar atendimento médico.
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