Recentemente, foi noticiado pela mídia um acidente ocorrido em Itaperuna, no noroeste fluminense, em que uma criança de 3 anos de idade cai na piscina e é salva pelo amigo da mesma idade. Segundo as cenas da câmera de segurança, não havia nenhum adulto por perto. Situações como essa são comuns no país, porém, nem sempre têm final feliz.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) revelam que 52% das mortes de crianças entre 1 a 9 anos de idade ocorrem em piscinas. Segundo a ONG Criança Segura, os afogamentos são a segunda maior causa de morte entre crianças com idade de zero a 14 anos. Em 2018, 866 pessoas dessa faixa etária morreram vítimas de afogamento, o que representa uma média de 2,3 óbitos por dia, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Com o objetivo de chamar atenção dos pais sobre o assunto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou o documento intitulado “Crianças pequenas não podem ficar sem supervisão de um adulto, principalmente em piscinas e outros ambientes aquáticos”. A entidade ressalta que, em ambientes aquáticos, os adultos devem evitar distrações, como responder mensagens em celulares ou qualquer outra atividade que tire a atenção em relação aos pequenos.
Segundo a SBP, 89% dos casos de acidentes nas piscinas ocorrem devido à falta de supervisão de um adulto responsável. O documento deixa claro portanto que acidentes são evitáveis pela prevenção e que, sobretudo em piscinas, é importante que o espaço seja cercado por grades e portões altos, que devem permanecer trancados quando não houver um adulto responsável presente.
Em tempos de coronavírus, é importante lembrar que segundo infectologistas, é mínimo o risco de contaminação pelo vírus dentro d’água, graças à presença do cloro, porém, a transmissão pode ocorrer nas áreas ao redor da piscina e, por isso, o uso de máscara fora d água deve ser obrigatório. A seguir veja algumas orientações que ajudam a evitar esse tipo de acidente.
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Prevenção ao afogamento
Há uma série de pequenos e importantes cuidados que devem ser adotados pelos pais e responsáveis. São ações simples e faceis de fazer, mas que podem trazer segurança para todos:
- NÃO deixe o bebê ou criança sozinha na banheira, piscina ou qualquer reservatório de água nem por um instante. Eles devem estar a, no máximo, um braço de distância;
- NÃO deixe baldes, bacias ou outros recipientes com água ao alcance de crianças menores de 5 anos. Piscinas portáteis devem ser esvaziadas e desmontadas após uso;
- NÃO deixe atrativos, como brinquedos, próximos ou em reservatórios ou recipientes de água;
- NÃO confie em boias ou outros dispositivos de flutuação que não sejam coletes salva-vidas. Os coletes salva-vidas colocam o indivíduo em uma posição onde a cabeça e o rosto ficam fora da água;
- NÃO deixe a criança sozinha na água mesmo que esteja com colete salva-vidas;
- NÃO permita que seus filhos utilizem objetos de modismo, sem que haja a certificação e confirmação de segurança: por exemplo as “caldas de sereia”, responsáveis por vários afogamentos;
- NÃO permita que seus filhos nadem em piscinas onde não haja proteção nos ralos quanto à sucção de cabelos, correntes, partes do corpo, como tampas abauladas específicas, sistemas de desarme de moto bomba, etc
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Outras ações de cuidado com bebês e crianças em ambientes aquáticos
- Mantenha tampas de vasos sanitários sempre abaixadas, de preferência com travas específicas;
- Ensine seu filho a não fazer brincadeiras arriscadas na água como “dar caldo”, a não fingir afogamento e nem nadar sozinho;
- Instale barreiras que controlem o acesso a reservatórios, como cercas em torno de piscinas (com 1,5 m de altura e 12 cm de distância entre as grades), com portão que possa ser fechado com chave ou cadeado;
- Prefira escolas e creches sem piscinas ou lagos para crianças menores de 6 anos;
- Ensine crianças a nadar (de preferência maiores de 6 anos, segundo a OMS) e a tomar condutas seguras na água. Escolha escolas de natação com professores qualificados;
- Aprenda e treine as pessoas responsáveis por cuidar da criança (babás, etc) a nadar, fazer resgates de forma segura em caso de afogamento e a realizar manobras de reanimação se necessário;
- Ensine as crianças a respeitarem as placas de proibição de praias e piscinas e a seguir, sempre, as orientações do salva-vidas;
- Tenha sempre anotado e à mão números para emergências, como o 192;
- No mar, fique longe de correntes. Saiba identificar as temidas correntes de retorno: água marrom (ocasionada pela agitação de areia); água mais escura, pois nesse local está mais fundo; lugares no mar onde as ondas são menos frequentes; local onde existem o encontro de duas ondas, etc.;
- No caso de ser pego por uma corrente, mantenha a calma. Erga as mãos para chamar a atenção do salva-vidas. Tente nadar paralelamente à praia ou flutue e deixe a corrente te levar enquanto chama a atenção do salva-vidas.
Veja mais informações sobre prevenção a afogamento no site da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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Olá, Ailton, tudo bem? O documento está liberado e pode ser acessado aqui também:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22732c-NEsp_-_Crc_peq_nao_podem_ficar_sem_supervisao_em_piscina.pdf
Abs, Verônica.
É matéria de utilidade pública e que pode salvar vida de crianças – sugiro/peço que deixem liberado o acesso aos documentos.