5 mitos sobre o autismo que ainda geram dúvidas

Combater a desinformação é essencial para promover uma maior inclusão das crianças com TEA

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Menino cobre o rosto com pop it
O TEA é um distúrbio de neurodesenvolvimento
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Todo mundo, em algum momento, já ouviu falar sobre o autismo nos dias de hoje. Existe muito mito e desinformação acerca do transtorno do espectro autista (TEA) e eu, sendo pai de uma criança autista de oito anos, gostaria de partilhar algumas informações como forma de contribuir para um maior esclarecimento sobre o tema. Destaco abaixo cinco pontos que causam dúvidas entre as pessoas sobre o TEA:

1. Vacinas podem causar autismo

Mito. Não há e nunca houve uma comprovação científica que ligue o transtorno do espectro autista com vacinas utilizadas para imunização de crianças, incluindo as vacinas contra COVID-19.

2. Toda crianças autista é agressiva

Mito. Tudo depende do grau que a criança autista apresenta. É necessário compreender ainda que algumas crianças autistas acabam se tornando agressivas apenas quando se encontram em uma situação de desconforto ou quebra de rotina.

3. Existe cura para o autismo

Mito. O TEA é um distúrbio de neurodesenvolvimento e não uma doença, portanto, não pode ser curado. Porém, existem tratamentos que podem amenizar os comportamentos repetitivos e a regulação comuns em crianças com autismo. Geralmente esse tratamento é feito pela metodologia ABA, sigla para Applied Behavior Analysis, aqui conhecida como Análise do Comportamento Aplicada, que utiliza métodos comprovados cientificamente para intervenção em crianças com autismo.

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4. Todos os autistas são iguais

Mito. Partindo do princípio de que cada pessoa, seja ela autista ou não, é diferente da outra, entendemos que cada autista tem suas diferenças e especificidades.

5. Autistas não gostam de conversar e interagir com amigos

Mito. Pessoas com graus mais severos realmente têm dificuldade de interação, comunicação, contato visual e empatia. Mas também há muitos autistas que apresentam facilidade em criar amizades. Tudo depende se o ambiente possibilita acolhimento e o quão confortável as crianças com autismo se sentem nele.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção e Doenças (CDC) dos Estados Unidos, houve um aumento de 22% no número de crianças diagnosticadas com TEA nos últimos anos. Em 2018, a proporção era de 1 a cada 44 crianças, segundo dados divulgados em 2021. Já em 2020, a prevalência aumentou para 1 cada 36 crianças, de acordo com estudo publicado neste ano envolvendo mais de 226 mil crianças de até 8 anos.

No Brasil, ainda não há estudos oficiais, porém, estima-se que haja quase 6 milhões de pessoas com autismo.

De qualquer forma, informação nunca é de mais. Procure saber se na escola do seu filho há crianças autistas e busque mais informações de como se tornar um aliado na luta anticapacitista.

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

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Niltinho Ricardo
Pai preto de quatro filhos: Arthur, Heitor, Gael e Helenna. Também se apresenta como pai de autista, de gêmeos e padrasto da Anna. Fundador da comunidade paterna "The Dad’s Club", mediador de rodas de conversas reflexivas sobre paternidades e masculinidades, idealizador e host do Papo de Pai Podcast, e o coração pulsante por trás do IG @umPAPAIxonado.

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