O FDA (Food and Drug administration), órgão norte-americano que regula os alimentos e remédios comercializados nos Estados Unidos, trabalho similar ao da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Brasil, emitiu recentemente um boletim recomendando que grávidas com mais de 20 semanas de gestação não utilizem anti-inflamatórios sem esteroides, como aspirina, naproxeno, ibuprofeno e paracetamol, todos facilmente adquiridos em farmácias. Segundo a instituição, esses medicamentos, que combatem dores, inflamações e febres, podem levar a problemas renais nos fetos e redução dos níveis de líquido amniótico, fluído que protege o embrião de infecções. A população norte-americana gastou US$ 4,3 bilhões com estes produtos ano passado.
Usados pelas mães para diminuir as dores de contração, por exemplo, os anti-inflamatórios sem esteroides comprometem a produção do líquido amniótico pelos rins dos bebês, que a partir da vigésima semana de gestação são seus principais produtores. “A redução do líquido amniótico pode levar a deficiências graves no pulmão e musculatura do feto, e em casos mais graves pode levar ao óbito fetal”, explica Sérgio Podgaec, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A substância permite que o feto faça seus primeiros movimentos dentro do útero, fortalecendo ossos, músculos e estimulando o desenvolvimento dos sistemas pulmonar e digestivo.
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“O uso de anti-inflamatórios ocorria para prevenir um parto prematuro e fazer com que a gestante tivesse menos contrações. No Brasil, a prescrição desses produtos já não era recomendada no último trimestre, já que eles podem prejudicar o fechamento do canal arterial”, relata Podgaec.
O estudo do FDA mostrou que dois dias após o uso dos fármacos já se observava uma redução no líquido amniótico. Em alguns casos, a diminuição começou semanas após o início do tratamento com anti-inflamatórios. A recomendação do órgão norte-americano é de que se for necessário o uso dos anti-inflamatórios terá que ser apenas por pouco tempo e na menor dose possível.
Fique de olho em outros remédios
Antes de começar a tomar qualquer medicamento durante a gravidez, é importante que a mãe converse com o ginecologista. Muitos remédios não devem ser usados e outros devem ser suspensos durante a gestação por prejudicarem a saúde dos fetos”, explica Podgaec.
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