Doenças que afetam o sistema cardiovascular como as cardiopatias congênitas estão entre as principais causas de morte na primeira infância. Trata-se de um defeito no coração – uma anormalidade na estrutura ou função do órgão, que surge antes mesmo do nascimento, quando o bebê ainda está se formando no útero. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, uma a cada 100 crianças nascidas vivas – o que dá um total de 29 mil crianças por ano – tem algum defeito no coração. No entanto, em algumas crianças, isso só é descoberto anos depois.
As cardiopatias congênitas produzem insuficiência circulatória e respiratória e outras consequências graves, o que pode, em muitos casos, comprometer a qualidade de vida e a própria vida do paciente.
“O motivo (da cardiopatia congênita) é que o importante órgão portador de sangue, o coração, não se desenvolveu de maneira normal quando o bebê ainda estava dentro do útero da mãe”, esclarece Priscila Maruoka, cardiologista pediatra da Doctoralia. Ela diz que, em crianças, o diagnóstico precoce é crucial. “Um defeito cardíaco não diagnosticado pode progredir e se tornar inoperável após alguns meses ou anos, dependendo do problema.
“As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de mortalidade infantil e por não serem evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença”, explica Klebia Castello Branco, presidente do Departamento de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica (DCC/CP) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Por isso é tão importante fazer um diagnóstico precoce, de modo que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. Além disso, a prevenção de doenças cardiovasculares, como o infarto e o derrame, se inicia desde a infância, com introdução de hábitos de vida saudáveis”, ressalta Priscila. Entender melhor a doença e desmistificar conceitos errôneos é fundamental para realizar o diagnóstico precoce e garantir que essas crianças tenham uma vida de maior qualidade. A seguir, conheça 5 principais mitos sobre doenças cardiovasculares em crianças.
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Conheça alguns mitos relacionados às cardiopatias congênitas nas crianças
MITO 1: DOENÇAS CARDÍACAS SÓ ACONTECEM COM PESSOAS MAIS VELHAS
Embora o risco de alguns problemas cardíacos aumente com a idade, as doenças do coração podem afetar qualquer pessoa, de qualquer faixa etária. Alguns casos são congênitos e podem ser diagnosticados logo após o nascimento ou anos depois, quando causam sintomas.
MITO 2: OS BURACOS DO CORAÇÃO SE FECHAM À MEDIDA QUE A CRIANÇA CRESCE
Também conhecido como sopro cardíaco, esse ruído produzido pelo fluxo de passagem do sangue nas estruturas do coração pode ser dividido em duas categorias: funcional (não apresenta sintomas e é comum em até 50% das crianças saudáveis) ou patológico (associado a defeitos no coração). Grande parte não fecha e a espera pode causar danos irreversíveis aos vasos pulmonares, portanto, é imprescindível consultar um cardiologista pediátrico para analisar em qual categoria o sopro se encaixa e orientar para o tratamento correto.
MITO 3: O BEBÊ PODE SER OPERADO QUANDO GANHAR PESO DE 10KG
A maioria das crianças com orifícios significativos no coração nunca ganhará peso suficiente até que sejam operadas. Uma criança com um grande buraco no coração, que pesa 4 kg aos cinco meses, provavelmente nunca ganhará 10 kg. Isso se deve ao fato de o coração gastar mais energia tentando mandar sangue suficiente para o corpo todo do que a quantidade de calorias ingerida pela criança. O cirurgião cardíaco pediátrico pode operar um bebê de 2kg, se necessário.
MITO 4: A CRIANÇA QUE FAZ UMA CIRURGIA CARDÍACA, SERÁ UM “PACIENTE CARDIOPATA” PARA TODA A VIDA
Os tipos mais comuns de defeitos cardíacos, se corrigidos a tempo, não afetam a vida após a cirurgia. Embora seja essencial fazer exames periódicos, a vida segue normal. A criança poderá correr, brincar e seguir seu dia a dia igual às outras crianças.
MITO 5: A ATEROSCLEROSE (DEPÓSITO DE GORDURA NOS VASOS) É UMA DOENÇA QUE ACOMETE SOMENTE OS ADULTOS
Comprovadamente, a doença se inicia na infância. Normalmente, a doença não é descoberta até a adolescência (12-17 anos de idade), mas acaba colocando as crianças em risco de parada cardíaca súbita, colesterol alto e derrames. Na maioria das crianças, as alterações nas artérias são leves e podem ser reduzidas com um estilo de vida saudável.
Covid-19 e a criança com cardiopatia
No início da pandemia do novo coronavírus, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), publicou o documento “A criança com cardiopatia nos tempos de COVID-19: posicionamento oficial conjunto”, para orientar crianças cardiopatas sobre os riscos e cuidados que elas devem tomar em relação à Covid-19. Acesse o documento aqui.
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Bom dia, Verônica! Muito informativos os artigos desta edição. Adorei!
Que bom, ficamos felizes que tenha gostado : ) obrigada, Helena!