Já ouviu falar em livroterapia para crianças? Conheça essa técnica e seus benefícios

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Livroterapia
Foto: Ben Mullins/Unsplash
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Talvez você já tenha ouvido falar que ler é uma terapia, um descanso para a alma. E pode ser mesmo. Mas de uns tempos pra cá, essa expressão ganhou outro significado, tornando-se uma técnica terapêutica utilizada com crianças: a livroterapia. 

Entre os benefícios, está o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como autoestima, formar hábitos saudáveis, superação de medos e fortalecimento de vínculos familiares e de amizade. Além disso, a criança cria familiaridade com a leitura e tende a ler mais no futuro, segundo afirmam os especialistas.

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A psicóloga e coach parental Iara Mastine conta que criou a livroterapia para aproximar as famílias ao mundo da leitura: “Essa terapia foi desenvolvida pela necessidade de auxiliar as crianças no dia a dia, e muitas vezes a gente não sabe como aproximar, e o livro infantil é um ótimo recurso para isso. Ele conecta, aproxima. Através daquela história que já está ali, que já tem todo o embasamento, você pode proporcionar um outro olhar”, afirma Iara.

A livroterapia é indicada para pessoas com transtorno de déficit de atenção e dificuldades no aprendizado, mas não só. Qualquer criança pode se beneficiar da técnica. Durante sessões de psicoterapia, Iara lê um livro com a criança e a temática abordada na história é usada para tratar de algum assunto que a ajude a refletir sobre um tema de fundo, como alimentação saudável e questões familiares.

Formação em livroterapia para outros profissionais

Além do atendimento às crianças, Iara também fornece formação para pais, educadores e profissionais de saúde que queiram trabalhar com isso. A comunicação é feita por meio do aplicativo WhatsApp em que o grupo recebe, de segunda a sexta uma dica de livro infantil e uma orientação quanto à forma terapêutica de trabalhá-lo, como alguma brincadeira ou um guia de perguntas para fazer à criança. Também há opções de livros para adolescentes.

Iara conta que psicólogos, fonoaudiólogos e professores são maioria entre os que procuram o curso. “São pessoas que querem usar esse conhecimento no seu dia a dia de trabalho, porém, logo que começam, elas também pensam no seu papel de mãe. Ou seja, entram pelo recurso profissional, mas acabam se identificando como uma mãe, como uma pessoa que está aprendendo com seus filhos, e levam a técnica para dentro de casa”, diz Iara.

As vagas são limitadas e há abertura periódica de grupos. As instruções e os valores para cadastro estão no site da Livroterapia Infantil.

Dicas para escolher livros

Para quem quiser estimular a leitura em casa e está na dúvida de qual livro comprar, Iara indica diferentes tipos de livros de acordo com a faixa etária da criança:

  • Crianças de 0 a 3 anos: livros sensoriais, que trazem diferentes texturas, como macio ou áspero, podem ser uma boa pedida, assim como os livros sonoros, que ajudam a desenvolver habilidades na criança. “Quando o bebê nasce, ele não tem todos os sentidos desenvolvidos. Por exemplo, ele escuta, mas não sabe de onde vem o som. Enxerga, mas embaçado, e é a partir dos 6 anos que ele consegue realmente focar essa visão”, diz a psicóloga. 
  • Crianças de 3 a 4 anos: vale explorar os livros-brinquedos, que promovam o olhar, a pluralidade das cores e apresentam diferentes figuras; e livros com pop-ups, em que a criança pode puxar ou girar abas, abrir e fechar janelas ou mesmo movimentar bichos que fazem parte da história. Isso é bem bacana, porque promove o cuidado de reconhecer que não pode puxar com muita força”, aponta Iara.
  • Crianças de 5 a 6 anos: quando começam a ver letras e números, livros que auxiliem na aprendizagem cognitiva podem ser muito úteis. Além disso, é bom ter histórias que promovem a reflexão, e que sejam contadas por profissionais ou pelos pais. “Quando a criança começa a falar, ela não fala em primeira pessoa, mas sim em terceira pessoa. Para o nosso cérebro, é muito mais fácil identificar o que vem do outro do que o que vem de você”, explica Iara. Ela dá como exemplo o fato de que é mais fácil ficarmos mais incomodados com a bagunça do outro do que com a nossa própria bagunça. “Seu filho vai internalizar algum comportamento, como por exemplo escovar os dentes, se ele vir isso em um livro”, recomenda a psicóloga.

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