Entre as melhores recordações que tenho da minha infância estão as viagens que realizei com a minha família. A primeira delas foi uma viagem de férias para o sul do Brasil. Chegamos até Porto Belo, em Santa Catarina, onde acabamos acampados em uma ilha deserta. Igual nos filmes. Meu pai e um amigo construíram o chuveiro no meio do mato. Eu, meus irmãos e os filhos do casal amigo cavávamos buracos procurando um tesouro perdido. À noite, nossos pais usavam o buraco para enterrar o lixo do dia. Para sair da ilha, era preciso lançar um sinalizador para um barqueiro vir nos buscar.
No ano seguinte, fomos para o Nordeste. Acampamos de capital em capital até chegarmos a Natal. Em cada camping, conhecíamos novas famílias e uma delas começou a viajar conosco. Amizade que perdurou por muitos anos. Lembro-me de uma cidade no interior de Alagoas, Marechal Deodoro, onde as mães foram comprar renda. Estávamos brincando, quando vimos as pessoas da cidade indo para a praça central, cada uma com sua cadeira. No meio da praça, tinha uma televisão onde todos começaram a acompanhar o capítulo do dia, da novela exibida naquela época. Foi o capítulo de novela mais legal da minha vida. Alguns anos depois, meus pais compraram um trailer e passamos a viajar com ele. Quantas viagens legais fizemos! São histórias que hoje fazem parte das minhas memórias de viagens.
Gabriela, minha esposa, também tem várias recordações de viagens feitas com seus pais. Porto Seguro era o destino mais comum.
Quando nos conhecemos, imediatamente a paixão por viagens nos uniu ainda mais. Nosso primeiro final de semana juntos foi em uma viagem para Tiradentes (MG). E nossa relação foi crescendo junto com nossas viagens. No casamento, a lua de mel foi tão planejada quanto a cerimônia e a festa.
Vieram os filhos e logo eles entraram no esquema. E viajar tornou-se um programa de família. Sempre temos uma viagem no horizonte. Viagens mais curtas e viagens mais longas. No último final de semana, fomos para um hotel fazenda. O João Pedro, por mais de um mês, acompanhou a data no calendário. A vibração dele quando descobriu na véspera que a viagem seria no dia seguinte foi inesquecível. Na sexta-feira, dia da viagem, quando soube que iríamos viajar após o almoço, começou a pedir para almoçar desde oito horas da manhã.
E em nossas viagens há espaço para agradar cada um da família. Há atividades para cada um de nós e também para a família inteira. Na noite de sexta, logo após chegar ao hotel, ficamos um bom tempo brincando de morto/vivo, de pique esconde e de pular entre as camas. E aí sempre acontece alguma situação que vamos lembrar para sempre. Desta vez, o João Pedro se escondeu no armário, a mãe abriu e não o viu. Ele deu então um salto como um gato e foi até o pique se salvar. Logo a Duda se lembrou de uma vez quando ela se escondeu na parte mais alta do armário do quarto do hotel e não conseguíamos achá-la. Assim as memórias da nossa família estão sendo construídas.
E na volta para casa, já estávamos falando da nossa próxima viagem. E com muitos planos para ela!
E você, tem boas memórias das suas viagens na infância?
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