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‘É uma loucura pensar que pais estão deixando de vacinar seus filhos com medo da vacina’
Em 1979 eu tive sarampo. O sarampo passou a ser doença de notificação compulsória nacional em 1968. Durante muitos anos, foi uma das principais causas de morbidade e mortalidade na infância.
A primeira vacina contra o sarampo foi introduzida no Brasil na década de 1960, mas, como o imunobiológico era importado, sua implementação efetiva no país só foi possível após a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973.
Eu nasci em 1975 e fui vacinada contra o sarampo, mesmo assim contraí a doença, tive febre muito alta e manchas pelo corpo. Me lembro de quando melhorei e de como a comida estava mais gostosa naquele dia. Graças à vacina ficou tudo bem.
Minha irmã, que tinha 2 anos na época, também havia sido vacinada e não contraiu a doença, e olha que nós dividíamos quarto, brinquedos, copos e tudo mais. Minha mãe cuidou de mim e também não teve nada. Acho que ela já estava grávida do meu irmão na época.
A doença foi considerada erradicada pela OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) em todo o território nacional em 2016, quando o país completou 12 meses sem registrar casos do vírus. Porém, recentemente, o sarampo voltou a assolar diversos países no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Devido às migrações e as viagens internacionais, o vírus foi importado e voltou a circular. Além disso, a baixa imunização da população brasileira, que vem decaindo nos últimos anos, também contribuiu para a volta da circulação do vírus. No ano de 2020 foram registrados dez óbitos pela doença.
É uma loucura pensar que pais estão deixando de vacinar seus filhos com medo da vacina, quando os riscos da doença são absurdamente maiores.
Se não fosse a vacina, talvez eu não estivesse aqui hoje contando essa história.
Tomo todas as vacinas disponíveis e meu filho também. Já estou com 3 doses da Covid, ele, com 12 anos, já tomou duas doses. Quando postei foto do Felipe sendo vacinado, teve gente falando que era um absurdo confiar numa vacina “experimental”. Teve gente que falou que os efeitos colaterais eram perigosíssimos. E uma criatura chegou a dizer que eu queria matar as crianças porque queria que a Anvisa liberasse a vacina contra Covid para menores de 12 anos.
O Ministério da Saúde liberou vacina para crianças de 5 a 12 anos e eu estou vibrando! A gente não sabe como serão as variantes da covid e como serão os efeitos nas crianças, a vacina é segura e tem crianças de várias partes do mundo que já estão vacinadas. Confio na ciência! Vacina é um pacto coletivo. É importante que todos se vacinem para que a pandemia chegue ao fim.
Confie na Sociedade Brasileira de Pediatria que recomenda a vacina, confie na Anvisa que liberou a vacina. Vacinas salvam vidas!
Fontes: Ministério da Saúde e Fiocruz
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Bebel Soares
Bebel Soares é arquiteta urbanista, psicanalista, escritora, mãe do Felipe e fundadora da comunidade materna Padecendo no Paraíso, onde informa e dá suporte a mães desde 2011.
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