Questão de treino

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    Trenamento de paisNo workshop Treinamento de Pais, psicólogas ensinam a utilizar as ferramentas mais adequadas nas dificuldades cotidianas com as crianças.

    Filhos não vêm com manual. Quem já não ouviu essa frase? Sim, é verdade. É preciso aprender a ser pai ou mãe na prática, nos erros e acertos do dia a dia. Mas dá para recorrer a especialistas. Voltado para quem tem filhos entre 2 e 12 anos, o workshop Treinamento de Pais é uma das iniciativas que vêm auxiliando casais na desafiadora tarefa de preparar as crianças para a vida. “Errar faz parte do processo, mas podemos ajudar os pais a lidarem melhor com os sentimentos do aprendizado”, afirma a psicóloga Thaís Moraes.

    Em parceria com a colega Patrícia Nolêto, a especialista belo-horizontina desenvolveu um curso com cinco horas de duração que vem sendo apontado como pioneiro em congressos de psicologia. “Conhecer e utilizar as ferramentas mais adequadas nas situações e dificuldades cotidianas gera um impacto positivo no bem-estar da família”, diz Patrícia. “E é fator de prevenção de problemas comportamentais e emocionais dos filhos.”

    Baseado em técnicas de terapia cognitiva comportamental (TCC), o Treinamento de Pais tem entre seus objetivos principais ensinar como reconhecer, validar e utilizar as emoções básicas das crianças (raiva, medo, tristeza, nojo, amor e alegria). “Em vez de aceitar, gerenciar e regular essas emoções, as pessoas querem não senti-las, e isso é impossível”, ressalta Patrícia. Para ajudar as famílias, as duas psicólogas desenvolveram a Maleta SOS, um kit com nove ferramentas lúdicas que faz o maior sucesso entre seus pequenos pacientes. O Detector de Emoções e Termômetro de Emoções são os itens usados com mais frequência, mas os que mais agradam à meninada são a Bolha da Tranquilidade, o Espanta Monstro, o Tranquilex e o Estoura Raiva. “Essas ferramentas ajudam as crianças a traduzir o que estão sentindo e a lidar com o sentimento”, explica Patrícia.

    Outro objetivo do curso é fazer com que os participantes identifiquem o estilo de paternidade e maternidade que vem sendo exercido por cada um. Há cinco categorias de estilo: pais autoritários, vitimizadores, submissos, dominantes e apoiadores (veja quaPatrícia dro acima). Segundo Patrícia e Thaís, o estilo do pai e da mãe interfere diretamente nas características que o filho tende a desenvolver e levar para a fase adulta.

    É na infância que se desenvolvem o otimismo e o pessimismo. De acordo com as duas especialistas, por volta dos 7 anos, é possível considerar que uma criança já tenha seu “jeito” característico de pensar, o que influencia a percepção que ela tem de si mesma, do outro e do futuro. Não por acaso, o processo de identificação do estilo de cada mãe e cada pai passa também por uma análise de como a pessoa foi educada na própria infância. Um pai que olha para si mesmo e para o mundo com lentes distorcidas — ou “disfuncionais”, como define a psicologia — tende a transmitir as mesmas crenças para os filhos.

    “Consegui enxergar com nitidez que estilo de mãe eu venho sendo e como isso vem contribuindo para que o meu filho seja inseguro”, conta a advogada e maquiadora Julian Couto, mãe de Thiago, de 5 anos. Ela e marido, Bruno Kalil, fizeram o treinamento em maio (para saber as datas dos próximos cursos, acesse facebook.com/treinamentodospais). “De lá para cá, estamos tentando evitar os comportamentos que reforçam a insegurança no Thiago.” Os pais são os agentes da transformação, lembram as psicólogas. “Boas escolhas de hoje influenciam o desenvolvimento saudável dos filhos”, resume Thaís. E fazer boas escolhas para os pequenos é só uma questão de treino.

    Espelho, espelho meu

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