Quando o segundo filho não vem

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    Quando o segundo filho não vemO primeiro filho já reina absoluto há um tempinho, e o sonho agora é aumentar a família. Começam os planos; a reforma do quarto; pensar para onde vão tantos brinquedos; como contar para o maiorzinho… Mas a gravidez não vem. Tentam, relaxam, marcam datas e horários e nada.

    Na medicina isso se chama infertilidade secundária. Para falar um pouco mais sobre ela, é importante, em primeiro lugar, entender o que é a infertilidade. Ela é definida pela ausência de gestação após um ano de relações sexuais, sem uso de métodos contraceptivos. Existem vários fatores que podem causá-la.

    A principal é a idade avançada da mulher, pois, com o passar dos anos, há uma diminuição na quantidade de óvulos, além da mudança na qualidade deles. Isso porque a taxa cumulativa de gravidez varia com a idade feminina, alcançando 85% para mulheres de até 35 anos. Por isso, a investigação para eventuais causas de infertilidade deve ser feita após doze meses de espera para mulheres com até 35 anos, e de seis meses depois dessa idade.

    Quando o casal não teve gravidez anterior, a infertilidade é chamada de primária, e quando ela já ocorreu, chamamos de secundária, bem mais rara. Ela pode ser causada por algo que tenha surgido após a gravidez anterior ou uma questão prévia, suficiente para reduzir as chances, permitindo a primeira gestação, mas dificultando a segunda. No primeiro caso, as razões mais comuns são a obstrução tubária secundária, que pode ser ocasionada por alguma infecção ou cirurgia; fator uterino por miomas que, ocasionalmente, aparecem depois da gravidez; alteração hormonal (hipotireoidismo, por exemplo); ou fator masculino secundário à infecção. Outras causas podem ser provocadas por desejo do casal, como ligadura de trompas e vasectomia.

    O principal exemplo de motivo preexistente que pode interferir na segunda gravidez é a anovulação crônica, responsável, na maioria dos casos, por reduzir as chances de gravidez, mas não impedi-la. Um fator masculino leve ou moderado também pode interferir, mas seu impacto é maior na primeira gestação.

    Em geral, em mulheres que já tiveram uma gestação, a probabilidade de ocorrer a próxima é maior. Não sabemos, ao certo, o porquê disso, mas acredita-se que o útero possa ter uma memória que facilitaria uma nova gravidez.

    É importante ressaltar que o tratamento indicado depende da causa, mas ele é conduzido da mesma forma que nos casos de infertilidade primária e com chances semelhantes. E aqui, o fundamental é não se desesperar e buscar ajuda especializada.

     

    Selmo Geber


    Selmo Geber 

    é professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFMG e especialista em reprodução assistida da clínica Origen. 

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