Da Redação
Quem é mãe ou pai costuma ter medo de que o filho apresente dificuldades de aprendizado na escola. Ainda que esse medo exista, é necessário que ele não seja maior que a vontade de solucionar o problema. “Infelizmente, muitos pais tendem a não aceitar que o filho tem um problema, e por isso demoram a oferecer a ajuda ideal”, conta a psicopedagoga Luciana Brites, especialista em Educação Especial e fundadora do Instituto NeuroSaber. Segundo o médico neuropediatra Clay Brites, o ideal é que as crianças aprendam a ler e escrever entre os 6 e 7 anos. “Após essa faixa etária, o processo pode ficar um pouco mais difícil”, explica o médico.
Como identificar o problema
Segundo os especialistas, é importante entender que a alfabetização vai além do conhecimento das letras do alfabeto. “Ela exige que se aprenda a juntar todos os sons representados pelas letras, criar a união dos sons na sequência, formar as palavras e delas tirar um significado”, explica Luciana Brites. “Não basta conhecer as letras, é preciso ter uma elaboração cognitiva para perceber esses sons”, completa.
Segundo o médico Clay Brites, durante o processo de alfabetização na escola, os pais devem observar se os filhos já conseguem ler e escrever. “Aos nove anos, a criança já deve ter aprendido essa etapa e conseguir realizar a leitura e escrita sem dificuldade, caso contrário, os pais devem buscar ajuda”, alerta, destacando que a decodificação das letras deve ser feita de forma automática.
O que fazer diante da dificuldade
Os especialistas ensinam que, ao perceber um problema de alfabetização, os pais devem se questionar, inicialmente, se a criança está vendo ou escutando bem. “O primeiro passo é fazer exames para verificar se a criança tem alguma perda visual ou auditiva”, ensina a psicopedagoga.
Segundo o neuropediatra, caso o problema da criança não seja para enxergar ou escutar, deve-se pesquisar como foi o processo de aprendizagem. “Ele teve um processo adequado de alfabetização? Como foi o estímulo dessas habilidades de consciência fonológica e discriminação auditiva?”, elenca, explicando que é preciso que a criança aprenda a relacionar as letras com os sons.
Caso o ensino tenha sido realizado com eficiência, é possível pensar na possibilidade de um distúrbio de aprendizagem.
Como buscar ajuda no tempo certo
Segundo a psicopedagoga, os pais que percebem dificuldades no processo de alfabetização da criança devem procurar por profissionais capacitados, como neuropediatras ou fonoaudiólogos. “São eles que saberão dar o diagnóstico correto e orientar o tratamento necessário”, afirma.
Por fim, os especialistas alertam que é preciso estar atento ao processo de alfabetização para que a criança receba o tratamento e cuidado no tempo certo. “Muitas mães, pais e escolas só encaminham a criança quando ela já chegou aos 12 anos, e com isso já se perdeu muito tempo. É normal que alguns pais sintam receio, mas não se deve negar a possibilidade de um problema e procurar ajuda quando for preciso.”