Você já reparou que, muitas vezes, tem mais paciência com outras pessoas do que com seus filhos? A pandemia e, consequentemente, as aulas on-line e o home office, deixaram as relações familiares ainda mais desafiadoras. Neste artigo, trago uma reflexão sobre o possível motivo que nos faz perder a paciência com as crianças e com os adolescentes e apresento uma solução para deixar a maternidade e a paternidade mais leves.
Eu sou executiva. Como fundadora e CEO da Escola da Inteligência, gerencio centenas de colaboradores. Muitas pessoas me perguntam como é liderar uma empresa tão grande e eu respondo: é muito menos difícil que educar dois filhos.
Isso porque os filhos dependem não somente da nossa liderança e gestão, mas do tempo de desenvolvimento cerebral deles. Às vezes, nós, pais, agimos como se estivéssemos gerenciando funcionários de uma organização: queremos aumentar a performance dos filhos e mudar seus comportamentos de maneira rápida, com “promoções” ou “punições”. Entretanto, com crianças e adolescentes, isso não funciona.
Quando você planta uma semente, mesmo que você adube e regue todos os dias, a planta não vai florescer de uma hora para outra, ela tem o seu tempo para se desenvolver. Assim, temos que continuar cuidando com carinho e paciência. Educar filhos é exatamente isso!
Então, quando ficamos impacientes com as crianças e adolescentes, nós não estamos nervosos com eles, mas, sim, com os nossos fracassos. Ou seja, com a nossa incapacidade de fazer com que as plantas cresçam rápido, ainda que coloquemos mais e mais adubo. Ficamos frustrados pois as coisas não estão no nosso controle assim como em outras relações.
A maternidade e a paternidade são grandes desafios de plantar com sabedoria e colher com paciência, que não dependem só de você, mãe ou pai.
Quando você entender isso, não se sentirá fracassado durante uma birra da criança ou com uma reclamação do adolescente. Você entenderá que o seu papel é acompanhar o desenvolvimento, porque essa planta não faz sombra porque não quer, mas porque ela ainda não tem tamanho para isso.
Nós precisamos, sim, regar e adubar os nossos filhos, mas entender que as sombras virão quando eles tiverem uma maturidade mental, organizacional e estrutural para tal e nem sempre isso tem a ver com as nossas limitações. Se mudarmos nossa visão de maternidade e paternidade, com certeza elas tenderão a ser mais leves, saudáveis e inteligentes.
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