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Piolho, impetigo e outras doenças de pele e cabelo que podem surgir na volta às aulas
A volta às aulas presenciais e o contato por várias horas entre os alunos pode levar a um aumento de doenças de pele, cabelos e unhas, como o piolho, impetigo, micoses, pitiríase versicolor, molusco e escabiose. O alerta é da Sociedade Brasileira de Dermatologia que também chama a atenção para o hábito que muitas pessoas têm de usar remédios sem orientação médica, seguindo conselhos de amigos ou parentes ou mesmo a indicação de um atendente de farmácia.
“É recomendável um cuidado maior com a saúde dos pequenos em creches e escolas, pois são locais com maior risco de contaminação pelo contato prolongado entre as crianças. Mas se ocorrer a transmissão de alguma dessas doenças, os pais não devem tentar resolver o problema por conta própria. É preciso levar a criança para a avaliação atenta e o acompanhamento de um médico dermatologista”, afirma a coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD, Silvia Assumpção Soutto Mayor.
Segundo a dermatologista, os pais devem evitar soluções caseiras – como chás, infusões, extratos de plantas – shampoos, pomadas, cremes ou o uso de remédios sem a devida prescrição. “Cada paciente deve ser avaliado, segundo suas necessidades, sendo que as dosagens e os períodos de uso dos medicamentos podem variar de paciente para paciente. Lembre-se: o uso indevido pode retardar o tratamento e causar problemas ainda maiores, como alergias e intoxicações”, reforçou Silvia Soutto Mayor.
Abaixo, a Sociedade Brasileira de Dermatologia explica as principais características do piolho, impetigo, micoses e outros problemas dermatológicos, e faz algumas recomendações aos pais, mães e adultos responsáveis para evitar que esses problemas atinjam as crianças com a retomada da rotina escolar.
Escabiose
De contágio exclusivo entre humanos, essa doença surge por conta de contato direto com pessoas, roupas e outros objetos contaminados. Aproximadamente quatro dias após o contato com o ácaro (Sarcoptes scabiei variante hominis) na área infectada surgem bolinhas que podem vir acompanhadas de bolhas d’água e coçam muito, principalmente à noite. Em geral, essa doença não afeta apenas crianças. Outros membros da família – mesmo os adultos – também podem ser acometidos. O tratamento consiste no uso medicamentos tópicos que devem ser prescritos por um especialista, que indicará o período e a forma de aplicação. Dependendo da característica do quadro apresentado, também pode ser preciso usar medicamentos sistêmicos. Como a doença é bastante contagiosa, deve ser avaliado o tratamento para todos os contatos próximos a fim de reduzir o risco de complicações, o que reforça a importância do acompanhamento por um médico dermatologista.
Impetigo
Trata-se de uma infecção bacteriana superficial, altamente contagiosa e muito frequente em crianças. As manifestações de impetigo ocorrem especialmente na face, braços e pernas. O problema se caracteriza pela presença de crostas amareladas ou bolhas nas áreas afetadas. A infecção também pode atingir o paciente após algum trauma na pele, como arranhões e pequenos cortes, ou picadas de insetos. Para prevenção, os dermatologistas recomendam manter a pele sempre limpa. Também é aconselhável evitar coçar lesões. O tratamento do impetigo pode exigir o uso de antibióticos.
Micoses
Essa doença é causada pela ação de fungos que atingem a pele, as unhas e o cabelo. A transpiração, o calor e a umidade estão entre os fatores que favorecem o surgimento de micoses, que aparecem com maior frequência em pés, dedos, unhas e virilha. Como forma de prevenção, os médicos dermatologistas recomendam não compartilhar itens de higiene pessoal, secar bem o corpo após o banho e evitar deixar a criança com a pele úmida pelo suor por muito tempo. Também deve-se evitar deixar que as crianças caminhem descalças por áreas públicas, como ginásios, piscinas e praias. Em caso de infecção, o tratamento exige o uso de medicamentos específicos que devem ser prescritos por especialistas no assunto, que farão a escolha de acordo com as características da manifestação.
Molusco
Essa doença é uma infecção viral contagiosa. Se confunde com pequenas espinhas ou bolinhas cor da pele que são indolores e podem estar isoladas ou agrupadas. O contato direto com outra criança com molusco é a forma de contágio mais comum. Para não deixar que o vírus se espalhe para outras partes do corpo, é importante evitar o ato de coçar e mexer nas lesões. É recomendável levar a criança para avaliação do médico dermatologista, prescreverá o tratamento adequado, que pode ser realizado por meio de uso de medicamentos ou até mesmo a remoção cirúrgica das lesões. Dependendo do nível de imunidade da criança, é possível que as lesões regridam ou até desapareçam, mas isso não elimina a importância de uma consulta com o especialista.
Piolho (pediculose)
Conhecida como piolho, a pediculose é uma doença parasitária bastante frequente em crianças de três a 11 anos. A transmissão ocorre por contato direto. O principal sinal de contágio é a presença de coceira intensa que pode provocar até ferimentos. Para prevenir, evite o compartilhamento de objetos de uso pessoal, como pentes, roupas, presilhas, bonés e toalhas. Também oriente seus filhos a não irem com o cabelo molhado para a escola, pois a umidade favorece a proliferação dos insetos. E um lembrete: não existe fórmula, remédio ou preventivos. Além dos cuidados citados, o ideal é não ter contato com crianças infestadas. Assim, caso seus filhos manifestem o piolho, avise a escola e siga as recomendações dos médicos para que eles não espalhem a doença.
Pitiríase versicolor
Também conhecida como micose de praia ou “pano branco”, essa doença é causada por fungos do gênero Malassezia. Apresenta-se clinicamente na forma de manchas brancas que descamam, especialmente nas áreas muito oleosas do corpo (pescoço, tronco, rosto) e no couro cabeludo. Os médicos dermatologistas avisam: a família deve ficar atenta aos sintomas dessa manifestação em crianças e adolescentes. Caso surjam, o especialista deve ser procurado o mais rápido possível para fazer o diagnóstico e dar início ao tratamento que pode implicar na administração de medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.
Leia também: Criança com intestino preso: saiba como ajudá-la
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