Os primeiros anos de vida são uma fase crucial para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Nesse período, a exposição das crianças a estímulos sonoros e a interação com a música podem influenciar características da comunicação, expressão e aprendizagem nos pequenos.
“A musicalização vai além do simples ato de ouvir ou reproduzir sons; ela envolve a integração da música no cotidiano das crianças como uma ferramenta educativa para introduzir conceitos básicos como ritmos, melodias e harmonia, de maneira lúdica e acessível”, afirma a arte-educadora, cantora e compositora Cris Barulins. Através de atividades musicais, ela diz que as crianças desenvolvem habilidades como a percepção auditiva, coordenação motora e sensibilidade rítmica, que contribuem para o seu desenvolvimento global.
Pesquisas mostram que a educação musical também incentiva o desempenho em tarefas de memória, atenção e resolução de problemas. Segundo um estudo publicado pela National Association for Music Education, os pequenos que participam de aulas de música regularmente apresentam um aumento significativo na capacidade de raciocínio espacial, uma habilidade essencial para a matemática e outras disciplinas acadêmicas.
Desde o nascimento, os bebês são naturalmente atraídos por sons. Os primeiros sons que eles ouvem, como a voz dos pais, o som de brinquedos e até mesmo os ruídos do ambiente começam a moldar sua percepção auditiva. À medida em que eles vão crescendo ouvindo música, o desenvolvimento linguístico é maximizado, pois canções e rimas os ajudam a expandirem seu vocabulário, aprimorarem a pronúncia e desenvolverem a consciência fonológica, ressalta a arte-educadora.
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Atividades que estimulam o desenvolvimento infantil
Atividades que envolvem a escuta de diferentes instrumentos musicais, a identificação de sons da natureza e a reprodução de ritmos simples ajudam as crianças a desenvolverem uma compreensão mais profunda dos sons ao seu redor.
Já práticas de danças, jogos rítmicos e o uso de instrumentos de percussão permitem que as crianças expressem suas emoções e se conectem com a música de maneira física, trabalhando aspectos como coordenação motora, equilíbrio e senso de ritmo.
O movimento corporal ao som da música também favorece o desenvolvimento da lateralidade, que é a capacidade de distinguir entre os lados direito e esquerdo do corpo, uma habilidade essencial para o aprendizado de leitura e escrita. Além disso, a expressão corporal promove a socialização, já que muitas dessas atividades são realizadas em grupo, incentivando a interação e a cooperação entre as crianças.
Principalmente na primeira infância, as aulas de musicalização devem ser feitas em grupo, e mais tarde as crianças podem se especializar em algum instrumento, caso o desejem.
Outro benefício da música diz respeito à expressão de sentimentos. Canções que abordam a alegria, tristeza, medo e surpresa, ajudam as crianças a reconhecer e nomear suas próprias emoções, servindo ainda para o desenvolvimento da empatia em relação aos sentimentos dos outros. De acordo com um estudo do Royal Conservatory of Music, 75% dos pais relatam que seus filhos demonstram uma melhor capacidade de lidar com emoções e socializar após participarem de atividades de musicalização.
“Ao incluir a música na rotina dos pequenos, estamos não apenas enriquecendo o ambiente educacional, mas também proporcionando às crianças as ferramentas necessárias para um desenvolvimento saudável e equilibrado”, conclui Cris Barulins.
