‘O brinquedo desperta gatilhos de felicidade’, diz executivo da Estrela

O diretor de marketing da empresa, Aires Fernandes falou sobre a evolução dos brinquedos durante a 40ª edição da Abrin; temas como kidults e inclusão também foram abordados no evento

199
Visitante observa brinquedos durante Abrin, maior feira de brinquedos da América Latina
Brinquedos de hoje são mais interativos
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais
Buscador de educadores parentais

Os brinquedos têm de incorporar a transformação digital em curso ou não conseguirão chamar a atenção das crianças de hoje, habituadas a tantos estímulos virtuais. “O brinquedo de antes era mais contemplativo. Hoje, ele ‘chama’ a criança para brincar, porque disputa o tempo e encantamento dela com outras indústrias”, disse o diretor de marketing da Brinquedos Estrela, Aires Fernandes, durante a 40ª edição da Abrin, a maior feira de brinquedos da América Latina. O evento, realizado no início de março, em São Paulo, reuniu marcas influentes e apresentou tendências que direcionam o mercado, trazendo discussões importantes sobre a história e evolução dos brinquedos nestas quatro décadas desde a criação da feira.

Segundo Fernandes, que participou da Abrin Talks, arena de discussão de conteúdos do evento, é preciso transformar o romantismo de outrora em tecnologia para produzir produtos lúdicos, divertidos e adaptados à nova era. Ele ressaltou que a indústria tem se preocupado em acompanhar as mudanças sociais e culturais, a exemplo dos bonecos e bonecas para meninos, que 40 anos atrás sequer eram cogitados e hoje existem graças à compreensão da importância lúdica da brincadeira para criar bons pais no futuro. 

Fernandes também comentou das adversidades desse mercado, que enfrenta uma sazonalidade muito forte – 70% das vendas acontecem entre o Dia da Criança e o Natal. E falou do ciclo de vida do brinquedo, cada vez menor, o que exige relançar produtos para que as novas gerações possam conhecê-los. “O brinquedo desperta gatilhos de felicidade em que você faz uma viagem nostálgica (…) e essa concepção de felicidade talvez seja a força motriz do brinquedo. A gente vende sonho e fantasia”, afirmou o executivo da Estrela, cujo estande trazia um forte apelo emocional e nostálgico, a partir de brinquedos que fizeram parte da infância de todas as gerações de brasileiros. 

LEIA TAMBÉM:

kidults e a inclusão do brinquedo também são debatidos na Abrin

O segmento de ‘kidults’ – adultos que buscam resgatar a infância por meio de brinquedos – também foi tratado por palestrantes. Segundo pesquisa, 67% dos adultos entre 18 e 65 anos no mundo são kidults em potencial e estão interessados em adquirir um ou dois brinquedos, no geral, para hobbies e coleções.  

O evento também deu voz à importância da inclusão no universo lúdico, reforçando que o brincar é um direito de todas as crianças. Na palestra Brinquedos para diversidade, inclusão e pessoas com condições especiais, especialistas debateram como a indústria pode garantir que todas as crianças se sintam representadas e acolhidas, evidenciando que a inclusão no mundo dos brinquedos é um compromisso de toda a sociedade para a construção de um futuro mais justo e diverso. Diversas marcas têm investido nessa área. A linha educativa da Xalingo tem itens dedicados ao aprendizado de libras, a língua brasileira de sinais, e de braile, o sistema de escrita tátil usado por pessoas com deficiência visual. Há, por exemplo, jogos como um bingo de letras e um quebra-cabeça com números em libras, assim como um jogo da velha e o Brincando de Matemática, ambos em braile. 

Bonecas como a MarlowOur Generation e seu cão-guia, da Candide Brinquedos, geram identificação com as crianças que têm deficiência visual. Já a linha inclusiva da Pais & Filhos tem brinquedos como bingos, dominós e caças figuras, que consideram diferentes capacidades motoras, sensoriais e cognitivas e buscam promover um ambiente onde todos se sintam incluídos e valorizados.

Na Eu Amo Papelão, destaque para personagens que representam crianças cadeirantes, com deficiência auditiva e agenesia de membro – desenvolvimento incompleto de parte do corpo. Foi essa última condição, inclusive, que deu origem à linha de brinquedos inclusivos, entre os quais graciosos bonequinhos de papelão que permitem que crianças com deficiência se enxerguem neles. 

Por fim, a Kidzzo, marca de instrumentos musicais da Izzo Musical, também estava presente na feira com brinquedos voltados à primeira infância, que buscam estimular o desenvolvimento infantil por meio da musicalização. 

*Este texto é de responsabilidade do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

Gostou do nosso conteúdo? Receba o melhor da Canguru News, sempre no último sábado do mês, no seu e-mail.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, deixe seu comentário
Seu nome aqui