Uma das maiores expectativas dos pais após o nascimento do filho é quanto ao momento em que ele começa a pronunciar as primeiras palavras. Nessa hora, é comum surgirem perguntas como: “Será que o bebê vai falar ‘mamãe’ antes de ‘papai’? e “Quais palavras farão parte desse repertório inicial?”.
Sabe-se que cada criança tem o seu ritmo de desenvolvimento e algumas crianças começam a falar depois que outras. Mas especialistas alertam que o isolamento social causado pela pandemia pode ter afetado o desenvolvimento da linguagem. “Por estarem sempre próximos aos pais e cuidadores, muitos bebês acabam achando que não precisam falar porque os pais identificam tudo o que querem”, diz a médica otorrinolaringologista Maura Neves.
É importante ficar atento caso a criança demore a pronunciar as primeiras palavras, pois além da pandemia, isso pode ser um indicador de um problema auditivo. A médica explica que mesmo com o teste da orelhinha – triagem neonatal auditiva que permite a identificação precoce de possíveis perdas auditivas nos recém-nascidos –, esses problemas podem surgir com o passar dos meses.
“Algumas crianças sofrem com perda auditiva progressiva conforme vão se desenvolvendo. Se os pais notam que a criança é muito ‘distraída’ ou ‘preguiçosa para falar’, é preciso levar o assunto ao médico de confiança”, orienta Maura. A seguir, ela destaca alguns dos principais marcos a serem observados por pais e cuidadores no desenvolvimento infantil:
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Marcos do desenvolvimento infantil
0 a 3 meses: O bebê se assusta com sons altos e repentinos, chora quando querem algo e sempre se acalma ao ouvir a voz da mãe.
3 a 6 meses: Ele começa a emitir sons e balbucios e fica contente ao notar sua própria vocalização. Já atende quando é chamado pelo nome.
12 meses: Reconhece algumas palavras, como “mamãe”, “papai” e “água”, mesmo que não as repita. Indica objetos e brinquedos quando solicitado.
18 meses: Entende frases simples, é capaz de indicar partes do corpo e tem um vocabulário de 15 a 20 palavras.
2 anos: Responde frases com até duas palavras e pessoas que não são do convívio da criança conseguem compreender algumas falas.
É importante ressaltar que os marcos acima são indicativos generalizados e, portanto, pode haver diferenças no desenvolvimento da linguagem entre uma criança e outra. “Diante de qualquer desconfiança de atraso na fala ou deficiência auditiva, o médico deve ser consultado para avaliar o desenvolvimento geral da criança e solicitar exames, se necessário”, conclui a médica.
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