Existem certas intervenções médicas e procedimentos durante o parto que podem prejudicar a vivência desse momento tão especial na vida da mãe e bebê. Há desde intervenções simples, como barulho e iluminação na sala de parto, até procedimentos técnicos como ruptura da bolsa, episiotomia e administração de ocitocina.
Abaixo, Maria Inês Puccia, enfermeira doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em saúde materno-infantil, fala mais sobre o assunto. O vídeo é da Phitters, nossa produtora de cursos online.
Essas intervenções durante o parto dependem do estado de saúde da mãe e do bebê e também da postura da equipe médica. Mas, quando ocorrem, podem, acarretar em partos difíceis, traumáticos e com sequelas comportamentais e emocionais. “Para a mulher, há riscos de desestruturar sua rede hormonal e trazer consequências que se estendem para o pós-parto, aleitamento materno e a relação emocional com o filho”, explica Maria Inês Puccia, enfermeira doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em saúde materno-infantil.
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Ela relata que o parto natural é mais saudável para mãe e bebê e que algumas intervenções durante o parto promovem ativação do neocórtex, considerado o cérebro do pensamento, o que gera inibição do processo natural do parto. “Quanto mais interferência, mais a mãe se prende aos procedimentos e se desconecta do principal, podendo ficar insegura, preocupada, frustrada e emocionada”, diz a enfermeira. Isso faz com que não confie em si mesma e mude o fluxo natural do parto.
Para evitar que isso aconteça, é importante que a gestante se atente aos devidos cuidados:
- Se informe sobre todos os possíveis procedimentos na hora do parto;
- Faça um plano de parto;
- Escolha uma equipe médica em que confia plenamente, e que cuide da segurança da mãe e bebê em primeiro lugar, mas com o respeito aos desejos e plano de parto estabelecidos.
Maria Inês ressalta que partos complicados aumentam a incidência de depressão pós-parto e qualquer medicamento ministrado à mãe entra diretamente na corrente sanguínea do bebê e alguns medicamentos continuam agindo no corpo da mãe e do bebê por horas após o parto. Isso pode inclusive interferir no primeiro encontro da mãe com seu filho. “O melhor efeito químico neste momento é aquele produzido pela natureza. O efeito da ocitocina produzida pelo cérebro da mãe e do bebê durante um trabalho de parto sem interferência fará do primeiro encontro uma experiência mágica”, destaca a especialista.
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