Uma onda de protestos tomou conta dos Estados Unidos desde o dia 26 de maio, depois da divulgação do vídeo que mostra um homem negro sendo imobilizado por um policial branco, na cidade de Minneapolis. Na última semana, manifestações contra o racismo foram registradas em diferentes partes do território americano – e do mundo. O vídeo mostra o ex-segurança Floyd, de 40 anos, imobilizado por um policial que aperta seu pescoço sobre o chão durante 8 minutos e 46 segundos. E é possível ouvir, na gravação, Floyd dizendo “eu não consigo respirar” – a frase que virou slogan das manifestações. Nos minutos finais da gravação, ele não se mexe mais. Foi levado inconsciente por uma ambulância, logo após a abordagem policial, e declarado morto ao chegar no hospital.
O chocante episódio parece ter soado como um alarme: a discriminação racial persiste no mundo – e é preciso combatê-la desde a infância. Não por acaso, muitos pais fizeram questão de levar os filhos aos protestos, como se pode ver na cobertura veiculada pelas emissoras de TV. No cotidiano das crianças brasileiras, a discriminação racial se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos.
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Já se passaram dez anos desde que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou por aqui a campanha “Por uma infância sem racismo”, para falar dos impactos desse mal para crianças e adolescentes e a necessidade de uma mobilização social para assegurar o respeito à diversidade étnica e racial desde a infância.
Como pais podem educar seus filhos para que não sejam racistas e, mais, para que contribuam no combate ao racismo? As dicas para uma infância sem racismo são do próprio Unicef.
Confira 10 maneiras de contribuir para uma infância sem racismo:
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize!
3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.
5. Denuncie! Em todos os casos de discriminação, busque defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnica e racial.]
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.
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