Ah, adolescência! Uma fase cheia de mudanças, tanto no corpo quanto na mente, e, claro, no sono. Durante a puberdade, o relógio biológico dos adolescentes passa por um verdadeiro ajuste de fuso horário interno. Esse fenômeno, conhecido como atraso de fase, faz com que os jovens naturalmente durmam e acordem mais tarde. Essa alteração no sono é uma resposta fisiológica às mudanças hormonais que ocorrem nesse período. O atraso de fase pode ser de 1 a 2 horas e, sim, é mais comum e acentuado nos meninos, mas também afeta as meninas.
Agora, sabemos que esses jovens precisam de um bom tempo de sono para funcionar bem. A recomendação é que eles durmam entre 8,5 a 9,5 horas por noite, mas quantos realmente conseguem? O problema é que os horários escolares muitas vezes não respeitam essa necessidade biológica. Estudo após estudo tem mostrado que começar as aulas muito cedo vai contra o ritmo natural dos adolescentes, o que afeta não só o humor, mas também o desempenho acadêmico e a saúde mental deles. A solução? Bem, parece que o ideal seria os adolescentes acordarem após as 7h30 da manhã, permitindo que as aulas comecem às 8h30 ou até mais tarde.
LEIA TAMBÉM:
Essa ideia não é apenas teoria. A pesquisa School Start Times for Middle School and High School Students, realizada em 2015, nos Estados Unidos, mostrou que horários escolares mais tardios permitem que os adolescentes obtenham o descanso adequado, o que otimiza tanto a saúde quanto o desempenho escolar. Isso tem sido testado com sucesso em países como Finlândia e Noruega, onde as aulas começam mais tarde e os resultados têm sido positivos. Esses países podem nos ensinar muito sobre como priorizar o bem-estar dos jovens. Outro estudo que fala sobre o assunto, o School Start Times for Adolescents, de 2014, recomendou que as escolas adotem horários mais tardios.
Se sua família está lidando com os desafios de um horário escolar precoce, talvez haja uma alternativa. Buscar escolas que ofereçam horários de entrada mais flexíveis, como o turno da tarde, pode ser uma maneira de alinhar melhor o ritmo de sono do adolescente com suas responsabilidades acadêmicas. No final, todos saem ganhando: alunos mais descansados, pais menos preocupados, e professores com uma turma mais engajada.
Em um mundo ideal, começar as aulas mais tarde seria uma regra, não uma exceção. Quem sabe não estamos caminhando para um futuro em que o sono dos adolescentes seja tão respeitado quanto o seu aprendizado?