Gravidez: Tudo o que você precisa saber sobre a vacina contra o VSR que chegou à rede pública

Ainda em dezembro, as doses estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A imunização na gestação passa a integrar o calendário nacional e busca reduzir hospitalizações e mortes de bebês por bronquiolite. Saiba mais e veja a partir de quando buscar o posto de saúde
Quando a mãe toma a vacina, ainda na gestação, os anticorpos são transferidos para o bebê
Foto: Freepik
Quando a mãe toma a vacina, ainda na gestação, os anticorpos são transferidos para o bebê Foto: Freepik

O Ministério da Saúde anunciou recentemente a aquisição de 1,8 milhão de doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), com distribuição inicial ainda neste ano. A imunização deve ser oferecida para todas as grávidas, a partir da 28ª semana de gestação. O objetivo é reduzir o número de hospitalizações e de mortes de bebês.  

O VSR é o principal responsável por quadros de bronquiolite e pneumonia em crianças pequenas. O vírus está associado a cerca de 75% dos casos de bronquiolite e 40% dos de pneumonia em bebês menores de 2 anos no Brasil.  

Quando a mãe toma a vacina, ainda na gestação, os anticorpos são transferidos para o bebê, que fica protegido nos primeiros anos de vida, quando sua imunidade ainda não está plenamente desenvolvida e ele fica mais vulnerável.  

“A estratégia é começar já em dezembro, para que quando chegar o inverno, a partir do final do outono, quando há um aumento da circulação desse vírus, as crianças já estejam devidamente protegidas contra a bronquiolite”, declarou Alexandre Padilha, ministro da Saúde, à imprensa.

A tecnologia utilizada é uma vacina recombinante para os subtipos A e B do VSR, considerada segura e eficaz para gestantes, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Com a incorporação da vacina no SUS, o país acompanha a recomendação internacional: imunizar gestantes para proteger aqueles que ainda não têm sistema imune suficientemente desenvolvido. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e outras entidades médicas reforçam que a vacinação de gestantes representa a principal estratégia preventiva para reduzir internações e óbitos causados por VSR em recém-nascidos e bebês até 6 meses.

O que muda para gestantes e bebês

  • A vacina passa a fazer parte do calendário vacinal da gestante do SUS. A dose será única a cada gravidez, aplicada a partir da 28ª semana.
  • Com a produção nacional — por meio de acordo entre o Instituto Butantan e empresa produtora — o Brasil garante autonomia e oferta ampla do imunizante a toda população.
  • A expectativa é de que a vacinação alcance pelo menos 80% das gestantes, o que pode reduzir drasticamente hospitalizações e casos graves de VSR em bebês. Por que a prevenção importa

O que é o VSR?

O vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de bronquiolite e pneumonia em bebês e crianças pequenas, respondendo por até 80% e 60% desses casos, respectivamente, e infectando praticamente todas as crianças antes dos 2 anos. Por afetar um sistema imunológico ainda imaturo, o VSR leva muitas crianças ao serviço de saúde — cerca de uma em cada cinco precisa de atendimento médico e uma em cada 50 é hospitalizada no primeiro ano de vida — além de causar entre 2 e 3 milhões de internações e até 120 mil mortes por ano em menores de cinco anos, sobretudo em países de baixa e média renda. Prematuridade, doenças cardíacas congênitas, condições pulmonares e imunodeficiências aumentam ainda mais o risco de quadros graves. Como não há antivirais específicos para tratá-lo, a prevenção sempre foi limitada. Mas isso mudou com a disponibilização da vacina para as mães. Este avanço no calendário de imunização representa um importante passo na proteção das crianças brasileiras — e reforça o papel da vacinação como política pública essencial para reduzir mortes evitáveis.9

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