Gestantes se arriscam no trabalho para fugir de estereótipos, diz estudo

Pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que gestantes não querem se encaixar no estereótipo de que são menos competentes - e, para isso, elas arriscam até mesmo se machucar

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Imagem sobre gestantes no trabalho.
Resultados do estudo indicam que estereótipos atrelados a funcionárias grávidas estão ligados a mais acidentes de trabalho para elas
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No trabalho, infelizmente ainda é comum que gestantes sejam vistas como menos competentes, menos comprometidas, delicadas ou fracas. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Washington State, nos Estados Unidos, indica que essas mulheres estão tão determinadas a provar que esses estereótipos não correspondem à realidade, que elas acabam se esforçando demais, arriscando até mesmo se machucarem. Isso faz com que os estereótipos estejam ligados a mais acidentes de trabalho para as gestantes. 

O estudo, publicado no periódico Work & Stress, analisou cerca de 400 mulheres grávidas com empregos que demandam esforço físico, que foram entrevistadas três vezes em um período de dois meses. Mais de 63% delas admitiram que frequentemente têm medo de validar os estereótipos em relação a gestantes e, consequentemente, aceitam uma grande quantidade de trabalho extra. Esse medo que um indivíduo tem de confirmar aquilo que outras pessoas acreditam sobre ele é chamado de “stereotype threats” (ameaças de estereótipo, em tradução livre). Algumas gestantes ouvidas pela pesquisa até afirmaram que já aceitaram realizar tarefas que poderiam colocar a saúde dela e do bebê em risco, como as que envolviam ficar em pé por horas ou levantar coisas pesadas. Outras gestantes disseram que escondem a gravidez no trabalho para evitarem serem vistas dentro dos estereótipos. 

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Em relação a acidentes de trabalho, o estudo comparou incidentes que ocorreram com participantes que relataram mais ou menos medo de validar os estereótipos relacionados a gestantes. Gestantes que relataram mais medo se envolveram em aproximadamente três vezes mais acidentes no trabalho durante os dois meses de observação do que as outras funcionárias entrevistadas. 

Em nota, Lindsey Lavaysse, líder do estudo, afirma que os resultados evidenciam como é importante que as empresas reconheçam e lutem contra estereótipos desse tipo. “O estereótipo de gravidez é um estressor silencioso. Nem sempre é visível, mas realmente afeta as mulheres no local de trabalho”, explica a pesquisadora. “A maioria das empresas possui políticas de acomodação para gravidez e isso é um direito legal, mas se a cultura da empresa sugerir que haverá retaliação ou que as trabalhadoras serão vistas de maneira diferente, as mulheres irão evitar usar acomodações que sejam melhores para sua saúde e sua segurança”, continua ela. 

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Os resultados da pesquisa também sugerem que as funcionárias grávidas tendem a ficar mais conscientes em relação à gravidez à medida que ela progride, já que as entrevistadas relataram mais preocupação com estereótipos conforme passou o tempo. As autoras do estudo recomendam que mais pesquisas possam ser realizadas sobre o tema, visando identificar formas de acabar com o estigma negativo associado à gravidez no local de trabalho. 

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