O silêncio, como resposta, pode ser útil para o filho

Tem situações em que o filho só precisa de alguém que o escute. Ele pode querer desabafar, contar algo chato que aconteceu na escola ou que o deixou preocupado

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O silêncio, como resposta, pode ser útil para o filho; pai e filho estão em área verde, com árvores, sentados no chão de costas para a câmera
O silêncio pode ser fecundo, pode gerar algo novo
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“Eu percebi que ficar quieto não é um problema.” Ouvi essa frase de um pai que participou de um workshop comigo sobre como lidar com sentimentos negativos dos filhos.

Tínhamos falado muito sobre a nossa impulsividade e ansiedade enquanto pais. Essa nossa vontade louca de resolver o problema do filho, de ter sempre uma resposta rápida, de tirar o mal-estar da conversa, de tentar eliminar o que estivesse incomodando…

Como é difícil “conviver” com um problema, com um desconforto, com um incômodo…ainda mais dos filhos!

Mais difícil ainda é acreditar que o silêncio, como resposta, pode ser bom! Pode ser fecundo, pode gerar algo novo, ser produtivo…Ficar em silêncio pode ser útil para o filho? Que estranho!

Pois é, tem situações em que o filho só precisa de alguém que o escute. Ele pode querer desabafar, contar algo chato que aconteceu na escola, algo que o irritou, que o deixou preocupado… Talvez nem seja uma coisa que tenha que ser resolvida!

Outras vezes pode ser algo mais complexo, que demande alguma elaboração de ideias por parte dele. Ao contar o que aconteceu para quem está escutando de verdade, o filho tem a chance de organizar os seus pensamentos e explorar os seus sentimentos. Tem a possibilidade de se conhecer e de encontrar as próprias soluções. É aquele efeito “ahá!”, “já sei o que vou fazer!”, “quer saber, vou resolver assim!”.

Nessas horas, o que o filho precisa é de um silêncio compreensivo dos pais, que venha junto com uma atitude de se importar.

Como assim, atitude de se importar?

É parar de fazer o que está fazendo, colocar o celular de lado, tirar a atenção da tela do computador. É olhar nos olhos do filho. É interagir com poucas e pequenas palavras que mostrem que estamos ali, acompanhando a conversa, prestando atenção: “hum”, “ah”, “é mesmo?” Porque não basta prestar atenção, temos que mostrar que estamos prestando atenção!

Ficar quieto não é mesmo um problema, longe disso! É um presente que podemos dar para o nosso filho. É um espaço, uma folga, uma pausa para ele pensar e colocar as próprias ideias em ordem.

Desejo bons silêncios compreensivos para vocês!


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