A festa junina é um dos eventos mais esperados do ano nas escolas, devido às comidas, brincadeiras e danças típicas dessa celebração. Porém, para muitos pais, a festa é também motivo de apreensão, quando os filhos não se sentem à vontade para dançar em público.
Há quem não aceite que a criança não quer participar da apresentação e insista para que ela dance. Mas em vez de “forçar a barra” é mais importante acolher, procurar entender os motivos de tal recusa, e conversar com a criança, deixando-a à vontade para que tome sua própria decisão”, afirma Priscilla Montes, educadora parental certificada pela Positive Discipline Association (PDA) e pós-graduanda em Neurociência e Desenvolvimento Infantil pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). A seguir, ela dá algumas dicas de como os pais podem ajudar o filho durante a festa junina da escola.
Acolher e procurar entender os motivos
Podem acontecer duas situações diferentes: a criança se recusar a participar da dança desde os ensaios ou “travar” na hora de subir no palco. Em geral, o segundo caso acontece mais com os pequenos e é comum, já que eles se veem em uma circunstância nova e ficam assustados. Já o primeiro cenário pede atenção de pais e professores para avaliar se há algo mais se passando com a criança. Neste caso, é importante conversar com os filhos, para que exponham seus sentimentos. ”Alguns conseguem dizer que não se sentem confortáveis com a situação. Isso é maravilhoso e os pais precisam validar o que está sendo exposto e colocado pela criança. É um ponto positivo que pede compreensão e acolhimento”, explica Priscilla.
Ao mesmo tempo, o professor e os amigos podem aproveitar os momentos de descontração nos ensaios para conversar com a criança e ajudá-la para que se sinta mais segura no dia da apresentação.
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Conversar na escola
Se os pais notarem que a criança está irredutível quanto à possibilidade de participar da festa junina, vale procurar a escola para procurar entender se há situações relacionadas a bullying ou dificuldades de interação social que a estão prejudicando. Nesses casos, pode ser necessário buscar acompanhamento psicológico em um trabalho aliado aos profissionais do próprio colégio. “É importante verificar se é uma questão pessoal da criança ou se está com vergonha por conta de alguma fala de um amiguinho, devendo tudo ser avaliado com muito cuidado e com ajuda da escola”, explica a educadora parental.
Quando a criança não quer subir no palco
Não importa se é a primeira vez ou se a criança já está no fim do Ensino Fundamental I – pais, tios e avós criam expectativas e amam registrar cada passinho dos pequenos. Mas é essencial que essa expectativa não se torne um peso para a criança. “Não é um bicho de sete cabeças. A criança tem de ser ouvida e o adulto precisa aprender lidar com essa frustração e respeitar. Você pode dar algumas alternativas para tentar entender o motivo pelo qual ela não quer dançar, perguntar sobre a roupa, sapato, talvez não tenha gostado da música. Enfim, procurar entender e oferecer escuta e palavras de carinho. Isso vai acalmar o seu coração e o da criança também”, ressalta Priscilla.