Estilos parentais: como eles impactam o desenvolvimento infantil

A psicóloga Helen Mavichian fala sobre formas distintas de educar os filhos e como elas se refletem no comportamento deles

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Pai segura mãos do filho enquanto conversa com ele no sofá
Pais democráticos abrem espaço para o diálogo e o respeito
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Por Helen Mavichian* – As diferentes abordagens que os pais adotam na criação de seus filhos são conhecidas como estilos parentais. Esses estilos têm um papel crucial no desenvolvimento emocional, social e comportamental das crianças, moldando sua autoimagem, habilidades sociais e capacidade de lidar com emoções.

Pesquisas na área da psicologia do desenvolvimento apontam quatro estilos principais: autoritário, permissivo, autocrático e autoritativo. Cada um deles possui características únicas e pode influenciar o desenvolvimento da criança de maneiras diferentes. Abaixo, saiba mais sobre o assunto.

Estilo Autoritário:

Se caracteriza por altas expectativas e baixo nível de acolhimento. Os pais que adotam essa abordagem impõem regras rígidas e exigem obediência, muitas vezes sem explicar as razões por trás das regras. Esse estilo é frequentemente associado a uma comunicação unilateral, onde a voz da criança é pouco considerada.
Impactos nas crianças:
Estudos indicam que crianças criadas sob um estilo autoritário podem se tornar obedientes, mas também tendem a desenvolver baixa autoestima, dificuldade em expressar emoções e problemas de socialização. Elas podem ter uma visão negativa de si mesmas e, em alguns casos, podem se rebelar contra a autoridade na adolescência.

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Estilo Permissivo

Os pais permissivos são conhecidos por sua abordagem calorosa e indulgente, que impõe poucas regras ou limites. Esse estilo é caracterizado por uma falta de controle sobre o comportamento da criança, resultando em uma dinâmica familiar mais flexível.
Impactos nas crianças:
Filhos criados em lares permissivos costumam ser criativos e sociáveis, mas podem ter dificuldades em seguir regras e limites. Eles podem apresentar comportamentos desafiadores, dificuldade em lidar com a frustração e falta de autocontrole. A ausência de limites claros pode levar a desafios na adolescência, onde a capacidade de tomar decisões responsáveis é testada.

Estilo Autocrático

O estilo autocrático é ainda mais rigoroso do que o autoritário, combinando um alto nível de exigência com um baixo nível de responsividade. Os pais estabelecem regras estritas e esperam obediência absoluta, frequentemente sem espaço para a discussão. Este estilo é caracterizado pela rigidez e pela expectativa de conformidade. 
Impactos nas crianças:
Quando os pais são autocráticos, os filhos tendem a ser obedientes e cumprir regras, mas muitas vezes lutam com a autoimagem, sendo propensos a sentimentos de insegurança. Também podem se tornar dependentes, apresentando dificuldades em desenvolver autonomia e habilidades de resolução de problemas.

Estilo Democrático: 

Este estilo, também conhecido como autoritativo, é amplamente considerado o modelo mais equilibrado e eficaz. Os pais que adotam essa abordagem mantém altas expectativas, mas são receptivos e envolventes. Estabelecem regras claras e discutem as razões por trás delas, promovendo um ambiente de diálogo e respeito mútuo.
Impactos nas crianças:
Pesquisas mostram que crianças criadas sob o estilo autoritativo tendem a ser mais bem ajustadas emocionalmente, demonstrando alta autoestima, habilidades sociais robustas e capacidade de resolver conflitos. Elas aprendem a equilibrar liberdade e responsabilidade, tornando-se mais preparadas para enfrentar os desafios da vida.

Embora cada família seja única e os pais possam mesclar diferentes estilos em suas abordagens, a flexibilidade e a adaptação às necessidades da criança são fundamentais. A reflexão sobre as práticas parentais e a disposição para se adaptar podem contribuir para um ambiente familiar mais saudável e positivo, essencial para o desenvolvimento integral das crianças.

*Helen Mavichian é psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.   

*Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.

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