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Escrever à mão pode favorecer a alfabetização da criança, diz estudo
Comparado a crianças que escrevem utilizando um teclado digital, as que utilizam o método de escrever à mão são mais eficientes em reconhecer as letras, além de possuírem mais capacidades visuoespaciais – habilidades importantes no desenvolvimento da alfabetização. Essa é a conclusão do estudo “Como as crianças aprendem a ler e escrever melhor? O impacto da escrita no desempenho cognitivo e nos padrões de ativação neural”. Ele foi realizado pelo ZNL Transfer Center for Neuroscience and Learning da Universidade de UIm, no sul da Alemanha.
A pesquisa foi financiada pela Staedtler, fabricante alemã de materiais de escrita, pintura e desenho. Participaram 145 crianças em idade pré-escolar, entre 4 e 6 anos. Durante sete semanas, essas crianças foram divididas em três grupos para aprender letras e palavras: com lápis e papel, com caneta especial em tela (tablet) e com teclado e monitor. As crianças leram palavras e escreveram textos ditados. O reconhecimento das letras do alfabeto também foi avaliado.
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A análise concluiu que, comparando os três grupos, escrever à mão no papel foi mais eficiente no desenvolvimento das habilidades das crianças. Os resultados do estudo também apontaram que é benéfico escrever na superfície de um tablet com uma caneta especial, mas não na mesma extensão que escrever em papel. Além disso, todos os participantes do estudo aprimoraram o conhecimento de letras e palavras, independentemente da forma de escrita utilizada.
“Ao escrever à mão, as crianças precisam prestar atenção aos detalhes das letras e copiá-las no papel com o lápis. Isso os torna mais hábeis em detectar e reconhecer as letras do alfabeto”, afirma Petra Arndt, gerente executiva do ZNL. O gerente de projetos da Universidade de Ulm, professor Markus Kiefer, explica por que escrever à mão no papel tem maior eficácia que escrever à mão no tablet. “Esse traço de memória benéfico associado à escrita à mão é menos pronunciado quando se escreve à mão em uma tela de tablet. Como a tela é suave, escrever em um tablet não dá à criança tanto feedback sensorial sobre seus movimentos quanto o papel”, esclarece.
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O estudo também mostrou que as crianças que costumam desenhar ou fazer artesanato com seus pais e crianças cujos pais costumam ler para elas tendem a ter um desempenho melhor quando se trata de escrever palavras – independentemente do meio de escrita usado. Já os pequenos que assistem muita televisão (em média mais do que os 30 minutos diários recomendados para crianças em idade pré-escolar) apresentam desempenho consideravelmente pior do que seus pares, segundo a pesquisa.
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Heloisa Scognamiglio
Jornalista formada pela Unesp. Foi trainee do jornal O Estado de S. Paulo e colaboradora em jornalismo da TV Unesp. Na faculdade, atuou como repórter e editora de internacional no site Webjornal Unesp e como repórter do Jornal Comunitário Voz do Nicéia. Também fez parte da Jornal Jr., empresa júnior de comunicação, e teve experiências como redatora e como assessora de comunicação e imprensa.
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