Artigos
Prefeitura de São Paulo descarta reabrir escolas em setembro
O prefeito Bruno Covas declarou hoje, durante coletiva de imprensa, que as escolas das redes pública e privada no município de São Paulo não vão reabrir em setembro para aulas de reforço e acolhimento, conforme autorizado pelo governo do estado paulista. A decisão do prefeito se baseia em inquérito sorológico feito com 6.000 crianças e adolescentes, de 4 a 14 anos de idade, que revelou que 16,1% desse grupo testou positivo para o novo coronavírus – e, desse total, 64,4% – 2 a cada 3 crianças – se mostraram assintomáticas. O fato de não apresentarem sintomas do coronavírus pode ser um fator de disseminação da doença no ambiente escolar, segundo indicou o prefeito de São Paulo.
“O retorno às aulas dessas crianças seria temerário em um momento como este, em que ainda estamos controlando a doença na cidade de São Paulo. Seria muito mais complicado manter distanciamento dentro das salas de aula do que em bares, restaurantes e supermercados”, declarou Covas.
Leia também: E se eu não mandar meu filho à escola? Especialistas respondem dúvidas sobre o assunto
O prefeito ressaltou que o contigente de crianças e jovens contaminados é maior do que o de adultos, que chega a 11% na cidade de São Paulo. “Estamos falando de um contigente maior de pessoas contaminadas, em que é mais difícil aplicar regras de distanciamento social, é mais assintomático que a maioria da população e nesse momento de volta às aulas representaria um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença na cidade”, disse Covas.
O estudo também mostrou que 25% dos alunos testados – em torno de 250 mil crianças – vivem com tios e avós com mais de 60 anos, grupo de risco para o novo coronavírus, o que pode agravar a disseminação da doença nessa faixa da população mais vulnerável. Segundo Covas, a volta às aulas em outubro ainda não está descartada pois serão feitos novos inquéritos sorológicos em crianças das redes estadual e privada e também direcionados às famílias.
A pesquisa foi feita por meio de amostras de sangue com extração de soro em alunos da rede municipal de ensino de São Paulo, entre os dias 6 e 10 de agosto, e também indicou que 35,6% das crianças e dos adolescentes são sintomáticas, e que houve uma prevalência maior em crianças de cor preta e parda, das classes sociais “D” e “E”.
Assista à coletiva de imprensa da Prefeitura de Sao Paulo.
Leia também: Matrículas em escolas municipais crescem 73% em julho em São Paulo
Quer receber mais conteúdos como esse? Clique aqui para assinar a nossa newsletter. É grátis!
Verônica Fraidenraich
Editora da Canguru News, cobre educação há mais de dez anos e tem interesse especial pelas áreas de educação infantil e desenvolvimento na primeira infância. Tem um filho, Martim, sua paixão e fonte diária de inspiração e aprendizados.
VER PERFILAviso de conteúdo
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita. O site não se responsabiliza pelas opiniões dos autores deste coletivo.
Veja Também
Por que as festas de fim de ano são tão difíceis para crianças com seletividade alimentar (e como ajudar de verdade)
Pratos desconhecidos, aromas novos e comentários de familiares podem transformar a ceia em um enorme desafio emocional para crianças seletivas....
Menores fora das redes: a exclusão da Austrália é cuidado ou ilusão?
Primeiro país a adotar a medida, a Austrália reacende um debate global entre famílias, escolas e governos: como proteger crianças...
Seu filho não precisa sentar no colo do Papai Noel; 4 cuidados essenciais para crianças neurodivergentes
Com preparo, respeito ao ritmo da criança e uma boa dose de acolhimento, a magia do Natal pode ser especial...
A infância em looping: o que a denúncia contra o TikTok revela para nós, mães
Para o Instituto Alana, mecanismos como rolagem infinita, autoplay e recompensas digitais funcionam como gatilhos de vício, desrespeitando as normas...






