Deu a louca nos clássicos

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    Conta de novo! Que adulto nunca ouviu essa frase ao terminar uma história? Toda criança adora ouvir duas, três, dez vezes o mesmo conto e, sem dúvida, a cada vez a história muda um pouquinho, sem deixar de ser igual. Muitos autores da literatura infantil aproveitam para não apenas recontar os clássicos, mas também reinventá-los. Se no cinema há filmes como Deu a Louca na Chapeuzinho, Shrek, Hotel Transilvânia, no mundo dos livros a paródia também corre desenfreada. Monteiro Lobato já fazia isso, há quase um século. Depois Millôr Fernandes criou suas Fábulas Fabulosas, Ana Maria Machado lançou Uma História Meio ao Contrário, que começava com “E foram felizes para sempre”, Pedro Bandeira reuniu todas as princesas dos contos de fada em torno de sua Feiurinha. Os exemplos poderiam continuar por páginas e páginas, mas deixo dois como dica.

    Ervilina e o Princês

    Texto de Sylvia Orthof, imagens de Laura Castilhos. Editora Projeto, 2009.

    Em Ervilina e o Princês, Sylvia Orthof vira de cabeça para baixo a história e a moral da história. O ponto de partida, claro, é o conto clássico de Hans Christian Andersen A Princesa e o Grão de Ervilha, no qual uma família real busca a moça mais delicada, mais sensível, mais feminina do reino, para se tornar princesa. Mas, numa divertida reviravolta feminista, Sylvia lança a provocação: e quem disse que a moça mais delicada quer casar com o tal do príncipe, ou melhor… princês? Será que ela não tem outros planos?

    SOBRE AS AUTORAS: Sylvia Orthof, carioca, foi uma das maiores autoras da nossa literatura infantil e juvenil. Seus mais de 100 livros transbordam humor, sonho, maluquice e poesia. Morreu em 1997, aos 64 anos. Laura Castilhos, gaúcha, é ilustradora e professora de desenho. Recebeu vários prêmios por seu trabalho.

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    Chapeuzinhos Coloridos

    Texto de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, imagens de Marília Pirillo. Editora Objetiva/Alfaguara, 2010.

    Chapeuzinho Vermelho é, provavelmente, a história infantil mais recontada de todos os tempos, isso desde quando foi escrita por Perrault e logo reescrita (e amenizada) pelos irmãos Grimm, séculos atrás. No Brasil temos a versão cortante de Guimarães Rosa, no conto Fita Verde no Cabelo, a versão poética e metalinguística de Chico Buarque, em Chapeuzinho Amarelo, e, entre outras tantas, as seis variações que compõem Chapeuzinhos Coloridos. Cada Chapeuzinho — Azul, Verde, Lilás, Preta, Branca e Cor-de-Abóbora — é mais inesperada que a outra: da realista à surreal, da ingênua à questionadora. Usando o mote das cores, a ilustração mistura tinta, tecidos e colagens para redescobrir esse mundinho tão conhecido de todos nós.

    SOBRE OS AUTORES: José Roberto Torero, paulista, escreve livros para crianças, jovens e adultos. É também jornalista e cineasta. Vários de seus livros são parcerias com Marcus Aurelius Pimenta, paulista, que é um dos roteiristas do seriado Peixonauta. Marília Pirillo, gaúcha, já ilustrou dezenas de livros infantis e juvenis e é também escritora.

    Chapeuzinho Vermelho

    Chapeuzinho Vermelho1

     

    Leo Cunha e os filhos Andre e Sofia











    Leo Cunha é escritor e publicou mais de 50 livros, como Vira-lata (Ed. FTD) eABCenário (Ed.Autêntica). Recebeu os principais prêmios da literatura infantil brasileira, como Jabuti, Nestlé e João-de-Barro. Na Canguru, dá dicas de livros para crianças.

    contato   [email protected]

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