Debate sobre educação financeira nas escolas é essencial

Recentemente, uma deputada estadual fez um pronunciamento que gerou polêmica sobre o ensino de educação financeira nas escolas; para o economista Carlos Eduardo F. Costa perdeu-se ali uma boa oportunidade de discutir o assunto

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Menina de chapéu de formatura apoia mão sobre cabeça de forma pensativa
Para Carlos Eduardo, o ensino da educação financeira deve fazer parte do currículo escolar
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Recentemente, uma polêmica tomou as redes sociais. Uma deputada estadual gaúcha fez um pronunciamento contra a educação financeira nas escolas estaduais. Ela dizia que em uma situação de pobreza, a educação financeira não tem como ajudar. Para ela, as famílias não têm como fazer opções em seus orçamentos. A escolha é comer ou não comer. Sua fala passou a ser compartilhada. E como em quase todos os temas atualmente no Brasil, a discussão se politizou. De um lado, se acusava uma deputada de um partido de esquerda de dizer que a educação financeira não é importante. E de outro, a defendiam por mostrar a realidade social do país.

E perdeu-se uma boa oportunidade de se discutir sobre a importância da educação financeira nas escolhas. Para mim, que trabalho com esse tema há quase vinte anos, ela é fundamental. Para o presente, uma vez que as crianças são parte efetiva da vida financeira de qualquer família, e para o futuro delas. Mas também tenho ciência de que a educação financeira sozinha não é capaz de mudar a realidade social do país. Não concordo com a linha de que pobres são pobres por pensar e agir como pobres.

Uma andorinha só não faz verão. Como diz a professora Vera Rita de Melo Ferreira, a maior autoridade em psicologia econômica do país, é preciso um “Quinteto Fantástico” para começar a mudar a realidade de nosso país. O primeiro elemento é a educação financeira, buscando hábitos saudáveis na relação com o dinheiro. O segundo é a psicologia econômica, usando os conhecimentos já existentes sobre o funcionamento de nossa mente, o processo de tomada de decisões e as ciladas que podemos cair. O terceiro integrante do grupo é uma rede de proteção e defesa do consumidor para diminuir as assimetrias que existem por exemplo entre o consumidor e o mercado financeiro. O quarto é o governo com a regulação e supervisão do mercado financeiro, evitando situações de informações privilegiadas e impondo sanções quando necessário. E por último, a arquitetura de escolhas desenhando o contexto para facilitar o processo de tomada de decisões.

E mesmo o Quinteto Fantástico não consegue mudar a realidade social sozinho. São necessárias políticas públicas para diminuir as desigualdades sociais em nosso país. E você, enxerga a importância da educação financeira nas escolas?


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