A história de vida da skatista Rayssa Leal, medalhista olímpica em Tóquio aos 13 anos, inspirou 20 crianças, de 7 a 10 anos, da Escola Progresso Bilíngue – Taquaral, em Campinas, a criar uma animação. Rayssa se tornou a mais jovem brasileira a conquistar uma medalha de prata em uma Olimpíada. O protagonismo da “Fadinha do Skate” nos Jogos Olímpicos deu origem à história “A fada radical”.
Os alunos desenharam todos os elementos da história de Rayssa e gravaram a narração, usando celulares. Após a produção, o material foi enviado ao programa “De Criança Para Criança”, e uma equipe de animadores transformou o trabalho das crianças em vídeo. O trabalho contou com a orientação da professora Luisa Cassaniga, a partir da metodologia “Criando Juntos”.
O De Criança Para Criança é um projeto que possui uma plataforma simples que possibilita aos alunos produzir conteúdos em parceria com os professores na sala de aula. Vitor Azambuja, diretor de arte e um dos criadores do programa, explica que o modelo pode ser usado para todo tipo de trabalho: “O professor ou a criança podem propor uma história de acordo com a disciplina que o professor está dando, ou com um fato relevante e atual que está acontecendo.”
No vídeo, disponível no YouTube, todos os elementos animados, como o cenário e a própria Rayssa, são fruto de fotografias dos desenhos originais das crianças, que recebem apenas um tratamento de imagem antes de passarem pelo estúdio e se transformarem no projeto.
Vitor destaca que, com esse processo criativo, a criança exercita todo tipo de linguagem, verbal, visual, gestual e sonora, além de competências como a leitura e escrita em dimensões sociais e culturais.“Os alunos vão aprender com isso da melhor forma possível, que é com a linguagem da criança, narrado e desenhado por uma criança. Até hoje, tudo do universo infantil foi feito de um adulto para uma criança. O que a gente propõe é algo de criança para criança, de fácil entendimento”, diz.
Filmes como o da história de Rayssa Leal são encaminhados para a EncicloKids, um acervo com mais de 900 filmes em vários idiomas que podem ser usados como material e inspiração para novas histórias em outras escolas. “O propósito é fazer com que a criança nunca esqueça aquilo que ela aprendeu em sala de aula, que ela aprenda de forma criativa. Ela pode ter contato com algo lúdico, fazer algo significativo”, ressalta Azambuja.
Toda a metodologia do projeto está em conformidade com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Além disso, alunos que passam por algum tratamento de saúde também se envolvem com o programa fora da sala de aula, narrando e produzindo suas próprias histórias.“A gente muda todo o contexto social da onde a gente passa”, Vitor completa.
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