Crianças não devem tomar café, alertam pediatras americanos

Academia Americana de Pediatria também limita ingestão da bebida por adolescentes; recomendação é de até uma xícara diária

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Mãe segura xícara de café e filha come pão
Segundo entidade americana, o café pode trazer diversos prejuízos à saúde das crianças | Crédito: depositphotos.com
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Diversos estudos já apontaram os benefícios do café para a saúde de quem toma a bebida regularmente. Porém, para crianças a bebida não é recomendada antes dos 12 anos, segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP). Já na adolescência, o consumo deve ser limitado a uma xícara diária. A orientação vale também para chá, refrigerante, bebidas esportivas ou outros produtos com cafeína.

A AAP destaca que as crianças podem apresentar sintomas como:

  • Insônia
  • Irritabilidade, hiperatividade e ansiedade
  • Náuseas e falta de apetite
  • Dor de cabeça
  • Tremor e tontura

De acordo com a AAP, todos os anos, milhares de pessoas, algumas delas crianças, recebem tratamento de emergência relacionado ao uso de cafeína. Jovens com certas condições de saúde, como problemas cardíacos, convulsões ou enxaquecas, podem ter mais risco de problemas relacionados à cafeína do que outros.

Apesar dos alertas dos médicos sobre os riscos da bebida para as crianças, muitos pais permitem que seus filhos tomem café.

Um estudo feito pelo Centro Médico de Boston, nos Estados Unidos, constatou que 14% das mães entrevistadas permitiam que seus filhos de 2 anos bebessem até meia xícara de café por dia. O estudo também descobriu que 2,5% das mães deram café para seus filhos de 1 ano.

 A AAP destaca que a cafeína presente na bebida funciona como um estimulante para aumentar a atenção e evitar a fadiga em adultos, ajudando ainda a melhorar o foco e a conclusão de tarefas. Entretanto, faltam estudos que mostrem as vantagens do consumo por crianças e adolescentes. Além disso, os efeitos nocivos associados ao excesso nos mais velhos são observados de forma muito mais rápida nas crianças. Isso porque como elas são menores em tamanho corporal, precisam de menos quantidade de cafeína para afetar o seu funcionamento, podendo provocar problemas como aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, refluxo ácido, ansiedade e distúrbios do sono.

“As crianças aparecem na sala de emergência com batimentos cardíacos irregulares ou o que chamamos de taquicardia ou batimentos cardíacos acelerados”, disse o pediatra Dr. Mark Corkins, presidente do comitê de nutrição da Academia Americana de Pediatria à CNN. “Algumas pessoas pensam que é legal dar refrigerantes para crianças pequenas.”

Os limites são baseados principalmente no tamanho do corpo, e esses limites aumentam quando uma criança cresce o suficiente para ser capaz de metabolizar a cafeína mais facilmente. 

Quando permitir o consumo do café

Por esses riscos, a AAP orienta o consumo de menos de 100mg (pouco menos de uma xícara pequena) de café a partir dos 12 até os 18 anos de idade. Para adultos saudáveis, o indicado é até 400 mg diários

Apesar das recomendações, há especialistas que não veem problema em crianças pequenas provarem a bebida de forma pontual e mesmo consumi-la regularmente, a partir dos 6 anos, desde que seja em baixas quantidades e se possível com leite.

“Até dois anos, existem muitas arritmias fisiológicas do coração da criança, então não é bom tomar nenhum café antes disso. Mas no caso dos acima de seis anos, é possível uma xícara por dia, moderadamente, de preferência pela manhã para não atrapalhar o sono — avalia o cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Fernando Costa, em matéria para o jornal O Globo.

Cafeína presente em outras bebidas

As orientações sobre o consumo de café valem também refrigerantes, energéticos e isotônicos, que embora ofereçam uma dose extra de energia, também trazem riscos à saúde. Bebidas energéticas têm mais de 500 mg de cafeína, já os refrigerantes costumam ter 25 mg em cada lata. A substância também pode ser encontrada em iogurtes, barras de proteína, sorvetes, chocolates, determinados chás e mesmo em bebidas descafeinadas. 

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