Crianças colaborativas: saiba como estimular essa habilidade segundo a idade do seu filho

Psicopedagoga explica como ocorre a colaboração nas diferentes fases da primeira infância

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Colaboração nas crianças: veja como incentivar essa habilidade no seu filho; dez mãos de crianças mostram números diferentes de dedos
Mesmo crianças pequenas podem colaborar, afirma Nathalia Pontes
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Por Nathalia Pontes* – Espírito colaborativo não é inerente, não se nasce colaborativo. Se para nós, adultos, muitas vezes, é difícil colaborar com outras pessoas, imagine para os bebês e crianças! Colaborar significa que duas ou mais pessoas trabalham em equipe para alcançar um objetivo em comum; cada uma desempenha um papel individual durante o processo e, no final, a recompensa é compartilhada entre elas. Além disso, a colaboração requer habilidades cognitivas e sociais muito avançadas, que permitem às crianças entenderem que, quando elas concordam em fazer alguma coisa, existe uma expectativa cultural de que elas cumprirão a sua palavra. Por exemplo, se uma outra criança pergunta ao seu filho “vamos fazer uma torre?” e ele diz que sim, então ele aceita que vai colaborar e cria um combinado entre as duas crianças.

Mas, será que colaborar é muito complicado para crianças pequenas? Com certeza não! É muito comum ouvir relatos de pais e adultos em geral que se vêem surpreendidos com a sagacidade dos pequenos acerca das abordagens sobre as situações que desejamos introduzir. Claro que este é um processo gradual e dependerá do estágio de desenvolvimento de cada criança; muitos estudos já comprovaram que a colaboração ocorre em diferentes fases da primeira infância. Dessa forma, acho importante enfatizar algumas orientações para a melhor abordagem a ser feita e testada com cada faixa etária.


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A colaboração em crianças de um ano

Embora os bebês com até 6 meses de idade possam demonstrar interesse por outros bebês, nessa fase eles geralmente não interagem uns com os outros. Às vezes, eles podem cooperar com adultos em brincadeiras simples e até mesmo entender as intenções e os objetivos de outras pessoas ao ler o comportamento delas. No entanto, isso não é suficiente para assimilar seus propósitos com os de um parceiro e trabalhar em equipe para alcançar um objetivo em comum. Portanto, a atividade coordenada entre dois bebês será muito rara e, se ocorrer, será uma coincidência, e não um ato colaborativo, pois eles ainda não são capazes de levar em conta as ações do outro, mesmo que sirvam para alcançar seus objetivos.

A colaboração em crianças de dois anos

Nessa fase, as crianças começam a interagir mais com seus semelhantes e a expandir seu mundo social. Portanto, elas melhoram suas habilidades sociais e são capazes de deduzir as intenções de outras pessoas com base em seus comportamentos ou em sinais mais sutis. Além disso, elas começam a imitar os outros enquanto brincam. Portanto, nessa idade, as crianças sabem colaborar melhor para estabelecer objetivos em comum. Assim, pouco a pouco, elas adquirem as habilidades necessárias para cooperar ativamente e atingir um objetivo, graças a levar em conta as ações de outras crianças e adaptá-las usando técnicas de observação, agindo de forma oportuna e sequenciada. Ao contrário de crianças de um ano, as crianças de dois anos já veem seus colegas como parceiros com quem cooperar. No entanto, essa colaboração pode resultar do fato de ambas crianças terem o mesmo objetivo, sem perceber que seu companheiro tem a mesma intenção. Ou seja, uma criança entende que, para atingir seu objetivo, seu parceiro deve fazer algo específico, mas não entenderá que ambos têm o mesmo propósito em mente.

A colaboração em crianças com três anos ou mais

Nessa fase, as crianças tendem a levar mais em conta as necessidades e desejos dos outros e a se concentrar mais nos outros quando falam, por exemplo, dizendo ou pedindo a seu colega que faça algo. Portanto, seu comportamento cooperativo será mais sensível e será influenciado por seus colegas. Agora, as crianças entendem o que é um compromisso e isso gera uma responsabilidade de colaborar com o outro. Isso pode ser visto em várias situações, como por exemplo: se uma criança recebe uma recompensa maior, seu colega insistirá para receber a mesma recompensa, ou então a criança que recebeu mais compartilhará com seu amigo; ou se uma criança aceita mais do que merece, a outra vai reclamar e talvez fazer com que o colega ceda. Além disso, crianças de três anos perceberão que, se não quiserem cumprir sua parte no trato, devem pedir permissão ou pedir desculpas (isso será refletido em frases como “não quero mais fazer isso” ou ” vamos fazer outra coisa!”). As crianças podem reagir de maneiras diferentes à desistência do colega. Por um lado, elas podem protestar quando percebem que foi intencional; e, por outro lado, podem ensinar seu colega se não tiverem certeza de que ele compreende qual era seu papel. Portanto, nessa idade, as crianças demonstram várias habilidades cognitivas que lhes permitem distinguir as intenções dos outros e diferenciar entre uma criança que sabe o que faz e outra que não sabe.

No catálogo do aplicativo Kinedu, há mais conteúdo disponível sobre este e demais temas de habilidades sócio afetivas, além de indicações de diversas atividades para estimular as habilidades de cooperação entre as crianças. 

*Nathalia Pontes é educadora certificada em Disciplina Positiva, psicopedagoga educacional, designer e mestre em Psicologia da Educação pela PUC-SP. Escreveu e ilustrou quatro livros infantis, “O Menino que não tinha forma”, “O Caramujo e o Camaleão”, “Catarina” e “Como conheci Nhamun”, que debatem valores e comportamentos sociais. Nathalia tem dez anos de experiência em sala de aula e em projetos educacionais e hoje compõe o quadro de especialistas do Kinedu.


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