O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta nesta segunda-feira (23) sobre as 10 milhões de crianças no Afeganistão, que precisam receber assistência humanitária para sobreviver.
Em comunicado, a diretora-geral da entidade, Henrietta Fore, afirma que um milhão de menores poderão sofrer de desnutrição severa este ano, correndo risco de morrerem se não receberem tratamento.
Meninas fora da escola
Henrietta também chama a atenção para outros números do conflito no Afeganistão: 4,2 milhões de crianças estão fora da escola, sendo metade meninas, e cerca de 435 mil mulheres e crianças estão vivendo como deslocadas internas.
“Esta é a realidade sombria das crianças afegãs e continuará assim, independentemente da situação política e das mudanças de governo”, afirma a diretora-geral. O Unicef prevê que nos próximos meses, as necessidades das mulheres e dos menores de idade irão aumentar ainda mais devido à seca, à falta de água potável e das consequências da Covid-19.
O fundo ressalta que milhões de pessoas continuarão precisando de serviços essenciais, incluindo saúde, campanhas de vacinação vitais contra a poliomielite e o sarampo, nutrição, proteção, abrigo, água e saneamento. Diz também que nos últimos anos, avanços significativos foram feitos para aumentar o acesso das meninas à educação – “é vital que esses progressos sejam preservados e os esforços de advocacy continuem para que todas as meninas no Afeganistão recebam uma educação de qualidade”, declara Henrietta.
Apelo ao movimento Talebã
O comunicado destaca que o Unicef atua no Afeganistão há 65 anos, trabalhando em prol das crianças e tentando entregar vacinas, garantir abrigo, água potável e serviços de saneamento e de nutrição. E faz um apelo ao Talebã, para garantir que Unicef e parceiros humanitários tenham acesso livre e seguro para poderem entregar assistência a todas as crianças do país.
No domingo, a agência e a Organização Mundial da Saúde, OMS, fizeram um apelo conjunto por acesso imediato para a entrada de medicamentos e de outros suprimentos vitais a milhões de afegãos. Nos últimos dois meses, mais 300 mil pessoas ficaram desalojadas.
“Nosso compromisso com as crianças do Afeganistão é inequívoco e nosso objetivo é garantir que os direitos de cada uma delas sejam realizados e protegidos”, finaliza Henrietta.
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