Por Rafaela Matias
Se, para você, criança só se diverte brincando com terra, correndo na grama e fazendo sujeira, saiba que o seu conceito pode estar ultrapassado. Bom, ao menos é o que defende um grupo de quatro amigas frequentadoras do spa infantil do salão de beleza Petit Salon Magic, no Belvedere. Marcella Colini de La Roca, de 9 anos, Manoela Pinheiro Lodi, Marcela Fernandes Gouthier e Larissa Freitas de Barbosa Silva, de 8 anos, gostam mesmo é de uma boa sessão de relaxamento e beleza. Fazer as unhas, receber massagem, arrumar o cabelo e, claro, botar o papo em dia com as amigas. Nas taças, suco para hidratar a conversa. “A minha parte preferida é a máscara facial, que deixa a minha pele mais lisinha”, acredita Marcella Colini. A xará, Marcela Fernandes, defende a massagem com pedras como o melhor momento. Fã do procedimento, ela costuma acompanhar a mãe no spa de seu prédio e garante: “É muito relaxante”. Apesar dos trejeitos de madame, tudo não passa de uma grande brincadeira — ou deveria ser. “O objetivo do spa para crianças não é ser terapêutico, é ser divertido. Significa uma brincadeira pra elas”, explica a gerente do Petit Salon, Mariana Passos.
Se for assim, tudo bem. Mas a pediatra Adriana Auzier Loureiro, do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para alguns cuidados que os pais devem tomar antes de levar os pequenos a espaços como esse. “Quando a experiência é vivenciada como uma brincadeira, não há prejuízos, contudo, se for encarada pela criança como um local para tratamento estético e perda de peso, deixa de ser um ambiente saudável”, afirma. Além disso, a integridade física da criança deve ser respeitada e é preciso que os pais avaliem o local previamente, certificando-se de que o espaço seja lúdico e os tratamentos feitos com produtos hipoalergênicos e fórmulas próprias para o corpo infantil.