“Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã…”
O Chico Buarque não escreveu a música “Cotidiano” pensando na mãe dele, mas até que não seria uma má ideia…afinal, todo dia as mães fazem tudo sempre igual – e os pais também, lógico!
Reclamam que os filhos deixam a luz do quarto acesa, avisam que tem toalha molhada em cima da cama, investigam quem esqueceu o leite fora da geladeira, gritam quando veem roupa suja ou máscaras usadas espalhadas pela casa… Cenas clássicas do cotidiano de muitas famílias!
Com ou sem pandemia, pais exaustos abrem a “caixa de ferramentas” para tentar consertar a rotina da casa e o que encontram lá dentro? Ordens, ameaças, chantagens, gritos, lições de moral, ofensas, comparações, ironias, profecias e por aí vai… Tudo pronto para o caos tomar conta do ambiente!
E se não está fácil para os pais, imagine como nossos filhos se sentem ao ouvir os “pedidos” de sempre, da forma de sempre? Não estou sugerindo que estamos errados em pedir, longe disso, mas estou propondo uma reflexão sobre como fazemos isso.
Precisamos sair dessa dinâmica tão destrutiva e interromper esse ciclo perverso que pouco a pouco vai estragando os nossos dias em casa com a nossa família. Mas, como?? Tem saída??
Simmm, tem saída! Não é um caminho fácil, mas é simples. Passa pela mudança de hábitos e pelo cuidado com a comunicação.
Um jeito de evitar as ordens, acusações e julgamentos é descrever o que estamos vendo ou descrever o problema: Filho,
– a luz do seu quarto está acesa;
– a torneira do banheiro está pingando;
– o cachorro está esperando para passear.
Repare que é bem diferente de apontar o dedo para o filho e dizer “você esqueceu a luz do seu quarto acesa, você deixou a torneira aberta e você não levou o cachorro para passear”.
Precisamos lembrar que o responsável por essa mudança é o adulto e não o filho. Quando nós mudamos o jeito de nos comunicar, quando começamos a falar diferente e a agir de uma forma mais respeitosa, os filhos tendem a reagir positivamente, muito mais rápido do que imaginamos.
Por fim, a melhor notícia: os filhos nos dão oportunidades diárias para treinarmos esse novo jeito! Desejo boas práticas para você!
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