Como falar sobre política com as crianças

Conversar sobre os processos políticos com as crianças é importante para a a formação de sua cidadania

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Mãe, pai e dois filhos leem no desktop sentados no sofá
Ao falar sobre política com as crianças, os pais devem se ater à pergunta feita e evitar conceitos abstratos
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Durante a infância, as crianças constroem suas concepções sobre o mundo que as cerca e aprendem sobre o seu funcionamento. Nesse processo, mesmo que não pareça, elas estão atentas aos acontecimentos e a tudo que escutam e observam. Isso vale para os mais diversos temas, inclusive os que não são considerados “assunto de criança”. É o caso da política, para muitos, considerada um tema que não se discute. Mas falar sobre esses assuntos é uma forma de ajudar os pequenos a entender o mundo, elaborar suas próprias opiniões e aprender a ouvir e respeitar diferentes pontos de vista.

“Participar da vida pública é um direito de todo cidadão, e incluir as crianças nesse processo é ajudá-las a desenvolver seu senso de vida em sociedade e de democracia”, explica Andreia Aparecida de Castro, diretora do Marista Escola Social Irmão Lourenço. Para a educadora, a conversa tem que surgir de forma natural, a partir das dúvidas da criança, por exemplo. “A partir dos cinco anos de idade, as habilidades linguísticas estão mais desenvolvidas e elas começam a ter o pensamento abstrato, que é a capacidade de compreender conceitos que não podem ser vistos ou tocados. É quando mais questionamentos começam a surgir”, pontua. 

Abaixo, veja algumas sugestões de como agir na hora de responder a questionamentos sobre política e ajudar os pequenos a compreenderem como ela está presente no dia a dia.

Dicas ao falar sobre política com os pequenos

  • Evite detalhes ou conceitos muito abstratos sobre a política. Na hora de responder, atenha-se ao questionamento que foi feito, desenvolvendo-o de acordo com o interesse da criança de saber mais sobre o tema;
  • Evite usar muitos adjetivos, como “bom”, “ruim” ou “inútil”. Explique de forma clara e confie na capacidade da criança de tirar suas próprias conclusões. Assim, ela começará também a entender que tem o direito de pensar por si própria;
  • Traga a política para situações do cotidiano para facilitar o entendimento: a forma como uma diretora coordena os processos escolares com intermédio dos professores, por exemplo, se assemelha à relação entre o Poder Federal e o Poder Municipal. Ou, então, explique como as decisões políticas têm impacto direto em serviços como o caminhão de lixo que passa na rua e a manutenção de parques;
  • Dê o exemplo: estar entre pessoas que discutem o funcionamento da sociedade incentiva as crianças a desenvolverem pensamento crítico e contribuem com o seu desenvolvimento como cidadãos. Explicar os ideais políticos dos pais não é tão eficiente como quando eles os mostram em suas próprias atitudes.
  • Apesar do pensamento adulto ser visto como o padrão, as crianças têm sua própria forma de entender e pensar o mundo. Compreender e respeitar isso é importante para que elas se sintam seguras para continuar a explorá-lo.

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