Por Adriana Rosa Silva* – Festas de fim de ano, aniversários, datas comemorativas… Que memórias em família você guarda desses momentos? Sabemos que as comemorações representam a oportunidade do reencontro com familiares e amigos para celebrar conquistas, rever histórias, promover a troca afetiva, fazer uma refeição em conjunto e praticar a espiritualidade.
São ocasiões de muitos significados, porém, será que temos o cuidado de transmitir lembranças, valores e a simbologia e os rituais que esses momentos realmente representam? Estamos proporcionando memórias afetivas? Perguntas para refletir.
Memórias afetivas são lembranças importantes, histórias que aquecem nosso coração, permanecem vivas, povoam nossos pensamentos e influenciam nosso estado de espírito. Mas será que são experiências como essas que estamos transmitindo?
Sabemos o quanto as memórias afetivas — aquelas que vêm com uma mistura de alegria e nostalgia, que guardamos com carinho e um desejo enorme de poder revivê-las — são importantes para nossa identidade social, fortalecimento de vínculos e sentimento de pertencimento.
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É nosso dever, portanto, enquanto adultos, deixar boas lembranças para os nossos pequenos, dar continuidade às experiências acumuladas, fortalecer laços e construir histórias. Sabemos que a ausência de momentos de afeto, atenção e amor terão consequências irreparáveis no desenvolvimento social e afetivo de nossas crianças, consequentemente na formação de sua personalidade. Papo sério!
Faço assim um convite para pais, responsáveis e familiares que aproveitem os momentos de celebrações em família, pois estes ficarão eternizados. E não precisa ser de um jeito muito sofisticado, com presentes caros nem comidas exóticas. Aqui me refiro a experiências proporcionadas de forma simples, sem grandes custos. A ideia é se fazer PRESENTE!
Que tal incluírem as crianças na organização das festas? Proponham brincadeiras como amigo oculto, com presentes que elas mesmos podem confeccionar. Façam uso de jogos de tabuleiro, baralho, blocos de montagem e reúnam os adultos para participarem da brincadeira. Que tal elaborar um mapa do tesouro em busca dos presentes? Improvisem um sarau de poesia, concurso de música e piadas. Brincadeiras como mímica, dança da cadeira e batata quente são exemplos de jogos coletivos que rendem muitas risadas.
São tantas possibilidades, usem a criatividade, resgatem suas memórias. Quais lembranças ficaram das festas que vivenciaram na infância? Memórias boas, não tantas… Por que será? Compartilhem!
Lembrem-se que revisitar memórias é um exercício para manter viva a nossa história, e como seres humanos necessitamos do acúmulo de experiências que adquirimos e dos laços afetivos que formamos. Assim, faça desses encontros uma oportunidade para criar boas memórias afetivas ao lado de quem realmente você ama.
Boas memórias afetivas para vocês!
*Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião da Canguru News.
Adriana Rosa Silva é psicóloga, neuropsicóloga, especialista em terapia familiar pela PUC/SP. Com formação em Desenvolvimento da infância e adolescência pelo IPQ/USP. Educadora parental certificada pela Positive Discipline Association (PDA), co-autora de dois livros sobre práticas parentais. Idealizadora do Jogo Conecta Família. Atua no atendimento clínico de crianças, adolescentes, famílias e formação de profissionais.