O final do ano costuma ser uma época de muita apreensão para os estudantes. Finalizadas as últimas provas, é hora de ficar de olho no resultado final. Em caso de aprovação, pode-se já pensar nas férias. Mas em caso de recuperação, a vida escolar ainda irá se estender por alguns dias. Enquanto fui estudante, o final do ano não trazia nenhuma apreensão. Como era ótimo aluno, costumava passar de ano no 3o bimestre. Na minha época, eram quatro bimestres. Hoje a maioria das escolas usa o modelo de três etapas. Meu último bimestre era bem tranquilo. Mas nem por isso, as coisas eram tranquilas em minha casa. Meus dois irmãos deram muito trabalho para meus pais. Muitas recuperações e repetição de ano. Isso fazia com que o ambiente em casa ficasse bem carregado.
Para tentar melhorar o clima, sempre prometia aos meus irmãos algo se eles passassem de ano. Algumas vezes deu certo, mas em outras não. Até chegava a pensar se o que faltou não foi ter prometido algo melhor. Na confusão da cabeça de um adolescente, achava até que a culpa era um pouco minha. Ficava também frustrado, pois o meu desempenho não era muito reconhecido pelos meus pais. Em linhas gerais, diziam que não tinha feito mais do que minha obrigação. Afinal como era um estudante, passar direto era minha tarefa. O reconhecimento vinha de outros colegas e até de outras pessoas da família, como meus avós. Muitos colegas
diziam que queriam tanto estar no meu lugar. Não ter de se preocupar com as provas finais e com a recuperação.
Quando a Maria Eduarda nasceu, uma das questões que me preocupava era como acompanhar e incentivar sua vida escolar. Não queria usar o modelo que tentei com meus irmãos de recompensar materialmente o bom desempenho nem queria repetir o comportamento dos meus pais, que não valorizavam meu bom desempenho.
Equilibrar essas questões foi o caminho que eu e minha esposa Gabriela escolhemos. Estamos juntos da Duda acompanhando sua vida escolar. Parabenizando nas suas conquistas. E cobrando nos momentos necessários. De uma forma geral, ela tem caminhado bem. A pandemia foi bem desafiadora. Manter a concentração longe da sala de aula não foi fácil. Ter responsabilidade para realizar as tarefas e trabalhos em grupo não foi um desafio simples. Mas superado! Voltar para as aulas presenciais foi uma conquista. Novas dificuldades surgiram e sabemos que elas precisarão ser trabalhadas no próximo ano.
O resultado final desse ano será semelhante ao dos anos anteriores. Boas notas e caminho livre para o 8o ano! É hora então de celebrarmos em família esse resultado. E como fazemos isso? Ela escolhe algo que gosta de fazer. Uma ida a uma pizzaria ou a uma sorveteria, por exemplo. E ela sente que esse programa é especial, pois foi conquistado ao longo do ano, cheio de tarefas, provas e dificuldades. Mas sempre conosco ao lado dela! E você? Gosta de celebrar o final do ano escolar com seus filhos?
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