Álbum de figurinhas: os aprendizados para além da diversão

As coleções podem trazer vários ensinamentos às crianças. Quem explica melhor o assunto é o educador financeiro Carlos Eduardo Costa

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Álbum de figurinhas: um aprendizado sobre consumo e outras questões
Ter de esperar o dia certo para comprar um novo pacote de figurinhas e valorizar a troca (em vez da compra) são alguns dos aprendizados que as crianças podem ter durante as coleções
Buscador de educadores parentais
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Na minha infância não me lembro de ter colecionado algum álbum de figurinhas. Somente na adolescência tive a primeira experiência de completar um álbum. E foi para presentear alguém. Tinha um amor platônico no colégio. Aquela paixão avassaladora, mas somente de longe. Era uma menina uns dois anos mais nova que eu. E a febre na época era o álbum “Amar é”. Pensei, portanto, que não existiria presente melhor para se declarar uma paixão do que dar a ela o álbum completo. Uma tia me ajudou. Fomos até a Praça 7, área central de Belo Horizonte, para comprar as figurinhas faltantes.

Com a “missão” resolvida, certo dia, fui para o colégio mais cedo, pois a entrada do ano dela era antes da minha. Fiquei esperando. Quando a menina apareceu, entreguei o álbum e disse que tinha feito para ela. Ela olhou um pouco assustada e agradeceu. Foi todo o contato que tivemos. Infelizmente meu plano não deu certo.

Passaram-se muitos anos e a Duda, minha filha, disse que queria comprar umas figurinhas. Era de um desenho que ela adorava: Meu AmigãoZão. Começamos comprando o álbum e alguns pacotes de figurinhas. E toda vez que saíamos, ela queria comprar mais pacotes. Percebi então que através dessa coleção, podia trabalhar com ela alguns pontos importantes sobre consumo, ansiedade e outros aspectos benéficos que a atividade traz, como leitura, identificação dos números das páginas e das figurinhas e mesmo coordenação motora fina para colar os cromos. Definimos qual seria o dia da compra e a quantidade de pacotinhos. Passado algum tempo, o volume de figurinhas repetidas aumentava. O que fazer com elas?

Passamos a buscar uma forma de trocar com outras pessoas que também estivessem fazendo a coleção. Descobrimos uma banca perto de nossa casa que fazia trocas. Tinha um clube de trocas. E o melhor, muitas pessoas aproveitavam e faziam trocas entre si. Conseguimos garantir várias figurinhas dessa maneira. Mas faltavam algumas para completar o álbum.

Ao invés de continuar comprando mais pacotinhos e ter de contar com a sorte, resolvi fazer um pedido online. Essa era uma grande novidade para mim. A editora permitia a compra de um número limitado de figurinhas faltantes. Fizemos o pedido e alguns dias depois, recebemos nossa encomenda. A Duda não cabia em si de tanta alegria de ter completado o seu primeiro álbum. Voltamos para o clube das trocas e doamos as figurinhas que tinham sobrado para algumas pessoas.

Depois vieram outros álbuns. Angelina Ballerina, Frozen e Cúmplices de um resgate. Em 2014, completamos o álbum da Copa do Mundo. Há dois meses, meu outro filho, João Pedro, disse que queria umas figurinhas. Do Luccas Toon. E recomeçamos. Usando as mesmas estratégias da época da Duda. Limitando a compra de pacotinhos. Ainda mais que o preço dos pacotes de figurinhas subiu bastante. Na época da Duda custavam pouco mais que R$ 1. Agora cada pacotinho custa R$ 3,50.

Com a questão da pandemia, não estamos conseguindo trocar. O volume de repetidas aumenta. E o João Pedro, ao abrir um pacote, já sabe quais figurinhas ele não tem e quais são repetidas. Vamos fazer o pedido na editora das figurinhas faltantes. Daqui a alguns dias, ele poderá completar o seu primeiro álbum.

E você, qual sua experiência com álbuns de figurinhas?


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