Por Marcela Peconick – A construção do vínculo se faz importante para o desenvolvimento infantil desde a vida intrauterina, já a partir do momento da descoberta da gravidez pela mãe.
O nascimento estabelece o primeiro momento de separação mãe-bebê, e esse processo é seguido de outras situações de aproximação e desagregação, como, respectivamente, a amamentação e o processo do desmame. Nesse movimento, quanto mais fortalecido o vínculo, melhor a criança experimentará tais afastamentos ao longo do seu desenvolvimento, reagindo de forma mais segura às inúmeras circunstâncias de vida que exigirão dela tal exercício de distanciamento da figura materna.
Para exemplificar, podemos pensar no processo de adaptação escolar, quando a criança vivencia pela primeira vez um grupo social distinto de sua família.
É necessário entendermos que, quanto mais estabelecido for o vínculo da família com a criança, maiores serão as possibilidades de um desenvolvimento emocional sadio na idade adulta. O vínculo com a criança é a chave da mudança que desejamos ver no mundo caótico que hoje vivemos. Em tempos de disseminação de ódio, violência exacerbada e sociedade desacreditada, torna-se fundamental refletirmos estratégias que possibilitem a construção de um mundo melhor. Porém, o pontapé inicial deve ser a nossa microssociedade, o nosso lar.
Quando nascemos, somos seres em plena formação, cheios de possibilidades. Vamos aprendendo tudo com a nossa família e com o ambiente no qual estamos inseridos. Até mesmo a violência que vemos nos noticiários é aprendida na primeira infância!
Quanto mais estabelecido for o vínculo da família com a criança, maior será a chance de um desenvolvimento emocional sadio na idade adulta
Entretanto, há outro lado: o amor, o vínculo, o afeto, a acolhida às demandas das crianças, os limites e a disciplina positiva, que educa a criança de forma gentil e firme ao mesmo tempo. Todo esse conjunto é essencial nos primeiros anos de vida, crucial para que a confiança básica seja bem estabelecida com a criança, preparando-a para viver na sua fase adulta de forma autônoma e segura.
Portanto, fica o nosso convite à reflexão: o adulto de hoje foi um bebê ontem, e é nos primeiros anos de vida que possibilitaremos, pelo afeto, o bom desenvolvimento do indivíduo. Vinculem-se às suas crianças! O mundo agradece.?