Tenho como premissa base do meu trabalho, evocar olhares inusitados sobre práticas, circunstâncias e qualquer outro tipo de situação que já tenhamos nos acostumados a observar como lugar-comum. É a isso que eu chamo de criatividade. Essa habilidade que nos permite ver as coisas através de um ângulo menos óbvio ou clichê. E é por isso que defendo, inspiro e pratico a Educação Criativa. Acredito que educar seja uma tarefa essencialmente humana, cujo dever seja justamente fazer valer a essência de cada um de nós.
Somos todos diferentes. Costumo dizer que o propósito de nossa existência está genuinamente neste fato: despertar e conhecer nossa autenticidade e, com ela, através dela ou a partir dela, apresentar-nos ao mundo.
Quem de vocês, leitores adultos, sente-se hoje plenamente realizado profissional e pessoalmente? Toda vez que faço esta pergunta colho pouquíssimas respostas positivas, infelizmente. Aliás, foi exatamente com ela que iniciei minha fala no TEDx UFLA, em 2018 – o qual sugiro que assista para conhecer um pouco mais sobre o que defendo para nossa educação. O ponto, aqui, é tão somente ressaltar como o fato de termos nos distanciado de nossas essências projetou efeitos práticos e concretos. Falar de autenticidade na primeira infância não trata de abstração ou romantismo, pelo contrário.
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A criança, dos zero aos seis anos, é um ser em constante transformação. É dinâmica, fluida, orgânica e perpassa todos os seus potenciais. E está neste viver tão criativo toda sua autenticidade. Toda sua habilidade de constituir-se em “si-mesma” e diferenciar-se do todo.
Assim, meu convite hoje é para que olhemos para o Carnaval (essa festividade que se aproxima e que muito é banalizada) como um recurso pedagógico para nutrir a autenticidade de nossas crianças.
Convido você a permitir, especialmente nesta época do ano, que a criança se fantasie e sinta SER qualquer coisa que ela deseje, queira ou imagine.
O Carnaval é uma excelente oportunidade de expressão do nosso amor incondicional pelos nossos filhos. E a manifestação da autenticidade está diretamente relacionada ao quanto a criança se sente segura, aceita, amada e pertencente sendo quem ela é (ou quem ela imagina que quer ser). Aceita meu convite?
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