Se todas as mulheres, nos Estados Unidos, fossem pagas pelo trabalho de cuidar dos filhos, elas ganhariam US$ 627 bilhões por ano, segundo um estudo feito pela ONG National Partnership for Women & Families, que busca promover melhoras na vida de mulheres e famílias.
A pesquisa também constatou que as mulheres gastam, em média, cerca de 52 minutos por dia cuidando de crianças e outros membros da família, inclusive fora de casa, enquanto os homens dedicam cerca de 26 minutos ao mesmo objetivo.
Se elas recebessem por esse trabalho, e supondo que ganhassem, em média, US$ 14,55 por hora – que é o salário médio naquele país, de auxiliares que trabalham em creches ou auxiliares de saúde domiciliar – trariam, cada uma, um valor extra de US$ 4.600 por ano, segundo o estudo, enquanto os homens receberiam cerca de US$ 2.300, informa reportagem do jornal O Globo.
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O relatório foi divulgado na véspera do Dia da Igualdade Salarial das Mães – que marca quanto tempo, em 2023, a mãe teve que trabalhar para ganhar o mesmo que um pai em 2022 – e destaca como o cuidar prejudica a mulher financeiramente.
As mães que trabalham tendem a ganhar menos do que seus colegas homens, mesmo quando são a fonte principal de renda da família, e elas também têm mais chances de enfrentar contratempos na carreira, como reduzir suas horas de trabalho ou tirar uma licença.
“Homens e mulheres estão fazendo muito, mas queríamos mostrar essa diferença: as mulheres estão cuidando mais e são mais propensas a cuidar”, disse Katherine Gallagher Robbins, membro sênior da ONG e uma das autoras do relatório, que examinou dados de 2022 do US Bureau of Labor Statistics (secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA). “Cuidar é algo que as pessoas fazem por amor. Mas isso não significa que não seja caro.”
Uma análise de 800.000 relatórios de rendimentos ao longo de 20 anos revelou que, independentemente do salário ou da educação, todas as mães são afetadas pela chamada penalidade da maternidade. Em média, elas perdem cerca de US$ 8.000 por ano com o nascimento do primeiro filho, enquanto a renda dos pais não sofre um impacto significativo. As disparidades salariais também são piores para mães de cor e mães solteiras.