Algumas crianças podem apresentar uma altura abaixo da média para a faixa etária devido a fatores de origem genética, doenças crônicas, hormonais, renais, cardíacas ou da tireoide. Além disso, aspectos como baixa nutrição, estresse, distúrbios do sono e ainda síndromes como a de Turner ou a acondroplasia também podem impedir o crescimento adequado.
A endocrinologista Lorena Lima Amato explica que embora cada criança cresça em seu próprio ritmo, alguns sinais podem indicar a necessidade de avaliação médica. “Crescimento lento ou estagnado, ou seja, a criança parou de crescer; membros desproporcionalmente curtos em relação ao tronco e atraso no desenvolvimento são alguns dos sinais que devem ser observados”, aponta a médica. Ela diz ainda que, geralmente, o déficit de crescimento é notado pelo pediatra durante as consultas de rotina ou pelos pais, que percebem que a criança está ficando menor que os amigos da mesma idade.
O tratamento para baixa estatura dependerá da causa identificada pelo especialista. “Algumas opções de tratamento incluem a melhora na alimentação, que deve ter nutrientes essenciais para promover o crescimento adequado. Para os casos de deficiência do hormônio do crescimento (GH), o tratamento com injeções desse hormônio está indicado e pode ser eficaz. Já crianças com hipotireoidismo, o tratamento com hormônio tireoidiano pode normalizar o crescimento”, explica Lorena.
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Durante a gestação, também é possível identificar os casos em que a criança está pequena para a idade gestacional, condição conhecida pela sigla PIG. O quadro, que pode ser identificado pelo ultrassom, se refere aos bebês que têm peso ou estatura abaixo do percentil 10 para a idade gestacional em que se encontram.
“Nesta fase, referimo-nos à restrição do crescimento intrauterino, já que ainda é possível haver alguma medida que melhore no decorrer da gestação e essa criança volte a entrar em uma curva adequada de estatura e peso até o nascimento”, explica Lorena.
Existem várias causas para um bebê nascer pequeno para a idade gestacional, entre elas hipertensão materna, gestação múltipla, mãe fumante e usuárias de drogas, ou ainda se a mãe tem doença renal e diabetes.
A baixa estatura em crianças pode ser uma preocupação para os pais, mas é essencial lembrar que cada criança tem suas especificidades. Algumas crianças são mais baixas que a média, por exemplo, porque os pais também são baixos.
Se houver sinais de alerta ou preocupações persistentes, é fundamental buscar orientação para um diagnóstico médico adequado e um plano de tratamento personalizado”, orienta a endocrinologista.