Muita gente não conhecia o Discord até que reportagens de TV denunciaram uma série de abusos e violências contra crianças e adolescentes online. Agora, na tentativa de fazer com que os pais conheçam melhor a plataforma e saibam o que os filhos fazem ali, de forma a protegê-los, se preciso, a empresa anunciou o lançamento de uma ferramenta para monitorar o uso da rede pelas crianças – e consequentemente contribuir para coibir tais práticas criminosas.
O recurso “Central da família” é opcional e permite que os pais saibam quem são os amigos dos filhos, com quem eles interagem, quais grupos integram, quantos membros têm cada grupo, horários das mensagens ou chamadas e contatos adicionados recentemente. A ferramenta, porém, não deixa saber o que os jovens escrevem ou dizem.
Para ativar o recurso, disponível em “Configurações de Usuário”, o responsável precisa escanear um QR Code do celular do filho para poder ter acesso às informações. O recurso tem dois componentes principais: um novo painel de atividades acessível pelo Discord a qualquer momento, e um resumo semanal enviado por e-mail, com informações gerais sobre a atividade da criança. A Central da Família deve começar a funcionar em breve no Brasil, embora a empresa não tenha especificado uma data.
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Em comunicado à imprensa, a plataforma afirmou que o objetivo, com a Central da Família, é “ajudar a promover um diálogo produtivo sobre hábitos mais seguros na internet, e criar maneiras benéficas para pais e adolescentes se conectarem com experiências online”.
“A razão por que queremos pais na plataforma é porque eles não entendem o Discord, e isso torna difícil ter conversas boas com seus filhos sobre segurança”, declarou Savannah Badalich, diretora sênior de políticas do Discord, em conversa com o Tilt Uol.
A empresa diz ter mais de 150 milhões de usuários ativos mensais no mundo inteiro, com servidores particulares relacionados a diferentes temas. Dentro dos servidores, há canais, identificados por hashtags (#), que podem ser abertos ou fechados e promovem discussões de questões associadas ao tema-chave.
Grupos de estudo e de discussão sobre o Minecraft estão entre os mais populares no país, segundo a companhia informou à reportagem do Uol. E o Brasil é top 5 em número de usuários, embora a empresa não divulgue o número de menores de idade na plataforma. Mas esse é justamente um dos motivos da criação da Central da Família. Segundo os Termos de Serviço, é preciso ter pelo menos 13 anos de idade para criar uma conta no Brasil.