Percepção de criança

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    Historia de MaeE finalmente chegou o dia da nossa reunião individual com a professora do Gabriel. Essas reuniões são habituais e acontecem periodicamente. Logo na chegada, a professora justificou que estávamos sendo chamados apenas na segunda etapa, pois o processo de aprendizagem do Gabriel não requereu uma conversa específica anteriormente. Após fazer os comentários inerentes a uma reunião dessa natureza, todos muito positivos, para minha alegria de mãe coruja, a professora manifestou o interesse em relatar uma situação específica com relação a um comportamento do Gabriel em sala de aula que chamou atenção. Em um determinado dia da semana anterior, os alunos estavam bastante “exaltados”, dificultando o repasse da matéria. Após várias tentativas sem sucesso de conseguir silêncio, a professora alterou o tom de voz e, de repente, rasgou uma folha de papel em branco e jogou na lixeira da sala de aula.

    Segundo o relato, os olhares se voltaram para ela e o tão almejado silêncio pairou. Ela aproveitou o momento e disse que o que tinha acabado de fazer com a folha de papel era o que eles estavam fazendo com o dinheiro dos pais que, com certeza, estavam trabalhando duro para que eles pudessem estudar. Nesse contexto, o Gabriel levantou a mão e pediu a palavra: “Pessoal, a professora tem razão. O meu pai está trabalhando no Estado do Amazonas, muito longe de Belo Horizonte. Estamos sentindo muito a falta dele, e para ele também está sendo muito difícil ficar longe da família. Vamos fazer silêncio e prestar atenção, pois nossos pais estão trabalhando muito para estarmos aqui”.

    Confesso a vocês que meus olhos lacrimejaram. Não esperava essa percepção de uma criança de 10 anos de idade. Esse relato me fez refletir sobre quantas vezes subestimamos a capacidade de percepção e o olhar atento dos nossos filhos. Muitas delas justificadas pela nossa correria do dia a dia. De fato, a transferência profissional recente do meu marido para o Estado do Amazonas tem me feito vivenciar as mais desafiadoras situações no processo diário de educação das crianças. Temos de reconhecer que esta nova geração tem uma versão de “software” muito mais avançada do que a nossa, mas também convive com o inusitado, o que reforça a necessidade de nossa presença, amor, carinho, limite, apoio incondicional e, acima de tudo, nossa atuação cada vez mais assertiva.

    Agradeço a Deus todos os dias pela dádiva de ser mãe da Marina e do Gabriel. A maternidade é a mais sublime das minhas atribuições.

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