A letra cursiva estimula o cérebro de uma forma que a digitação e a letra bastão não conseguem, explicam os especialistas. É por meio da escrita, com a letra cursiva, que as crianças fazem conexões neurais, ligam os dois hemisférios do cérebro, aprimorando a atenção, a linguagem e a memória.
Com a prática, a letra cursiva pode ser uma forma ágil de escrever, mas não é tão rápida quanto a digitação. Dessa forma, o cérebro tem mais tempo de interpretar o conteúdo, o que garante uma maior compreensão do texto. Portanto, o uso da letra cursiva promove a reflexão sobre o que está sendo escrito e uma melhor retenção do conteúdo.
O uso da letra cursiva contribui para manter a linearidade do pensamento. As crianças registram o pensamento que vem à tona. Com o treino, a escrita fica fluida e eficiente, contribuindo para a concentração e o foco.
De acordo com neurocientistas, digitar não requer a mesma coordenação motora necessária para aprender a letra cursiva. O manuseio do lápis contribui para o desenvolvimento da coordenação motora fina, que se refere à capacidade de utilizar os dedos e as mãos de forma precisa. O traçado das letras demanda atenção e uso da memória muscular.
A letra cursiva pode trazer um melhor resultado para as crianças pela segmentação clara das palavras, uso de letras maiúsculas e minúsculas. Esses detalhes nos movimentos criam uma memória motora e desenvolvem a psicomotricidade.
O estudo “High-performance brain-to-text communication via handwriting”, publicado na revista Nature, mostrou o desenvolvimento de um instrumento que permite recuperar a comunicação de pessoas que perderam a capacidade de falar ou de se mover. Ao mentalizar movimentos feitos com a escrita cursiva, o equipamento decodifica a atividade neural e a traduz em texto em tempo real.