Febre alta, dor de garganta, dificuldade para engolir. Esses são alguns dos sintomas que acometem crianças com amigdalite. A vermelhidão das amígdalas, que podem apresentar placas brancas ou amareladas e ínguas no pescoço doloridas, também são comuns e incomodam bastante os pequenos. Variações bruscas de temperatura e consumo abusivo de líquidos frios ou gelados são apenas algumas das causas que podem provocar o problema, de origem viral ou bacteriana. Abaixo, saiba mais sobre o assunto.
Amigdalite viral
Causada por vírus, tem sintomas semelhantes ao de um resfriado e o problema não é considerado grave. Em geral, especialistas não indicam um tratamento específico, e a tendência é que a criança melhore em até 5 dias.
Amigdalite bacteriana
Nesse caso, a inflamação é causada por bactérias. Pouco comum em lactentes e crianças pequenas, pode ser identificada por sintomas como secreção espessa saindo pelas narinas, dor de garganta, febre alta (superior a 39ºC), falta de apetite, aparecimento de placas de pus nas amígdalas e o surgimento de ínguas no pescoço.
O tratamento é feito com o uso de medicamentos antibióticos conforme orientação do pediatra da criança. Casos mais graves podem chegar a provocar otite (inflamação do ouvido), sinusite e até febre reumática, condição que compromete as articulações e válvulas cardíacas.
Para entender mais sobre o assunto, doutor José Colleti Junior, pediatra do Hospital Santa Catarina (SP), elenca cinco questões (e respostas) importantes sobre o tema.
É sempre indicado retirar as amígdalas das crianças?
As indicações para retirar as amígdalas estão mais raras atualmente que no passado, pois faltam evidências científicas contundentes para a indicação desta cirurgia. Algumas dessas indicações que podem ser consideradas: amigdalites recorrentes com abscesso, síndrome da apneia obstrutiva do sono, suspeita de doença maligna (câncer), obstrução importante das vias aéreas pelo tamanho da amígdala, causando dificuldade para alimentar e respirar, além de halitose importante com amigdalite crônica.
Há consequências caso o paciente não retire as amígdalas quando indicado?
Quando existe a indicação de retirada das amígdalas, por exemplo, por restrição à respiração, a não realização do procedimento pode resultar em deformidades craniofaciais, com deformidades dentárias, apneia do sono, roncos, restrição de crescimento por dificuldades alimentares, voz anasalada, dificuldades de concentração na escola, entre outros problemas.
Após um eventual retirada de amígdalas, é comum as crianças vomitarem sangue?
Sim, esse fato pode acontecer e é comum. Porém, sangramentos mais substanciais ocorrem apenas em casos isolados e podem ocorrer até mesmo 10 dias após a cirurgia. Se o sangramento ceder espontaneamente, a conduta é expectante e frio local deve ser aplicado com alimentos gelados, como sorvete. Caso contrário, pode ser necessária nova intervenção cirúrgica para estancar o sangramento.
Como acontece o procedimento?
O procedimento cirúrgico normalmente é rápido e o paciente recebe alta no mesmo dia. Já o pós-operatório é algo desconfortável, em parte por conta do sangramento e do desconforto que a criança apresenta nesse período.
Otorrinolaringologista ou pediatra: qual o médico mais indicado?
O profissional indicado para avaliação é o Otorrinolaringologista em conjunto com o Pediatra do paciente. Quando algum problema for identificado, ambos os profissionais devem trabalhar em conjunto para indicar adequadamente a cirurgia e na idade ideal de forma consensual.
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