Crianças nas redes sociais – riscos e limites dessa exposição

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    Se antes pais famosos tendiam a preservar a exposição de seus filhos na mídia em geral, hoje, muitas celebridades vão na direção contrária. Enrico Bacchi, tem apenas 2 anos mas já conta com perfil próprio nas redes sociais. Filho da modelo Karina Bacchi, que engravidou por meio de inseminação artificial (conforme demos aqui na Canguru News), Enrico tem 2,5 milhões de seguidores no @enricobacchiooficial no Instagram. Já Valentina Muniz, 5 anos, chega aos 2,7 milhões de seguidores na sua página @valentinamunizreal. Ela é fruto do casamento da modelo Mirella Santos e do humorista Wellington Muniz, o Ceará. A pequena Blue Ivy Carter, 7 anos, filha dos cantores americanos Beyoncé e Jay-Z, não atinge os milhões, mas tem consideráveis 165 mil seguidores no perfil @blueivy.carter.

    Esses são apenas alguns exemplos de crianças presentes no mundo digital por incentivo e ou escolha dos pais. Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2018, feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, 82% das crianças e adolescentes, usuários de internet, têm perfil em redes sociais. O estudo entrevistou 2.964 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, bem como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional.

    Por mais irresistível que seja publicar fotos de filhos, os pais têm de encontrar um limite, ressalta reportagem publicada na revista Veja. “Se uma criança tem até 2 anos, seus responsáveis precisam decidir em seu nome sem esquecer de evitar conteúdo do qual a criança se envergonhe no futuro, como imagens em que aparece tomando banho”, diz à VEJA Joanne Orlando, professora de efeitos sociais dos usos da tecnologia em crianças da Western Sydney University. De acordo com a especialista, a partir dos 4 anos a criança deve ser consultada se gostou da imagem e autorizar a sua publicação.

    Um dos riscos dessa exposição excessiva é o da criança se expressar sempre pensando na aprovação alheia. Como ela não tem a personalidade formada, muitas vezes replica comportamentos como um modo de ser aceita — imita poses, roupas e a maneira de falar. Especialistas destacam que uma vez na internet, dificilmente as crianças deixarão de utilizá-la, mas a proibição do uso não é a melhor opção para os pais.

    Em reportagem para a Canguru News, o presidente da organização não governamental Safernet, Thiago Tavares, diz que a melhor estratégia continua sendo o diálogo, a conversa franca e a relação de confiança que deve existir entre pais e filhos. “Da mesma forma que você conversa com seus filhos sobre os riscos que existem ao sair na rua, na escola, no cinema, você diz para ele não aceitar bala de estranhos, você também deve orientá-lo em relação ao uso seguro da internet”, diz. Ele recomenda também o uso de versões customizadas de sites e aplicativos, que selecionam o conteúdo apropriado para crianças.

    A mestre em psicologia clínica Laís Fontenelle orienta aos pais acompanhar os acessos virtuais dos filhos da mesma forma como é feito no mundo real. “O mesmo cuidado que tem de ter na internet é o cuidado que tem de ter em um espaço público. Os pais têm de monitorar da mesma forma que monitora a casa do amigo que o filho vai, a praça que vai frequentar, a festa, porque é como se fosse um espaço público, só que virtual”, explica.

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