Escolas sugerem aulas presenciais somente em casos extremos

Devido ao agravamento da pandemia, instituições estão sugerindo aos pais que, se possível, mantenham os filhos em casa

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Escolas particulares suspendem aulas presenciais; outras, orientam a levar crianças apenas em casos extremos; fachada do colégio Equipe
O colégio Equipe é um dos que optou por suspender as aulas | Foto: reprodução @ColegioEquipe
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Apesar da autorização para permanecerem abertas na fase vermelha do Plano São Paulo, escolas particulares têm orientado as famílias a somente levarem os filhos às aulas presenciais em caso de extrema necessidade. Por exemplo: famílias que não dispõem de equipamentos tecnológicos e/ou internet para acessar aulas, crianças cujos responsáveis trabalhem com serviços essenciais, crianças com saúde mental sob risco, entre outros aspectos. Algumas instituições, inclusive, anunciaram que irão suspender as atividades presenciais nas próximas duas semanas, diante do agravamento da pandemia – o país enfrenta seu pior momento desde o início da transmissão do coronavírus, em fevereiro do ano passado, com aumento no número de mortes e internações em diversos estados brasileiros.

A fase vermelha que volta a valer a partir deste sábado (6), em todo o estado de São Paulo, é a mais restritiva, permitindo o funcionamento apenas de atividades essenciais, sendo as escolas inclusas nesta categoria, desde que respeitado o limite de atendimento de até 35% do total de alunos de cada estabelecimento.

Na capital paulista, esse já era o limite máximo estabelecido para o atendimento presencial, não implicando, na prática, em nenhuma mudança para as escolas. Muitas famílias, porém, optaram por manter os filhos em casa nos próximos 15 dias, por receio de aumento nas transmissões pelo vírus.

O colégio Equipe, em Higienópolis, na região central de São Paulo, anunciou que irá suspender as aulas presenciais a partir de segunda (8) para todas as turmas. “Pelos dados da cidade, do estado, do Brasil todo, decidimos pela suspensão. Por mais que a gente tenha protocolos bem elaborados e implementados, não é o momento de fazermos pessoas circularem e se colocarem em risco”, disse a diretora Luciana Fevorini ao jornal “Folha de São Paulo“. Segundo a direção, casos pontuais poderão ser atendidos presencialmente, mas, no geral, será priorizado o ensino remoto. “A orientação do governador é para atendermos os mais vulneráveis, o que não é a nossa realidade do ponto de vista da segurança alimentar ou física dos alunos. Mas podemos atender filhos de pais que não tiverem com quem deixá-los por causa do trabalho”, afirmou Luciana.

O colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, zona oeste, também irá suspender as aulas presenciais e pediu para que os pais só levem os filhos à escola em “caso de extrema necessidade”. Os que forem à instituição acompanharão as atividades virtuais junto com os que permanecerem em casa.

“Nesse período crítico, embora os colégios possam permanecer abertos, há um apelo para a redução da circulação de pessoas nas ruas e da frequência de alunos e educadores nas escolas”, diz carta assinada pelo diretor Fabio Aidar, enviada às famílias. O diretor declarou ter ocorrido, nos últimos dias, um “aumento preocupante” de casos de familiares de alunos e professores contaminados ou suspeitos de contaminação, colocando a comunidade escolar em risco.

“Entendemos que nosso compromisso histórico com a educação deve considerar, mais uma vez, a orientação da saúde e que reduzir a frequência de estudantes e de educadores no campus é uma forma de diminuir riscos para o coletivo, especialmente diante do colapso do sistema de saúde”, disse o gestor.

Já o colégio Humboldt, em Interlagos, na zona sul, manterá as aulas presenciais para 35% dos alunos, mas disse incentivar as famílias para que deixem os filhos em casa com atividades online. Segundo a Folha, a direção estuda limitar as turmas do ensino médio para a modalidade a distância, priorizando assim o atendimento às crianças menores, cujo desafio com o ensino remoto é maior. “Procuramos atender a demanda das famílias pelas aulas presenciais e, ao mesmo tempo, dar nossa contribuição para uma menor circulação de pessoas na cidade de São Paulo”, afirmou em nota a direção da escola.

O colégio Santa Maria, também na zona sul, mantém o esquema de rodízio nas aulas presenciais, mas disse que as próprias famílias têm comunicado preferir manter os filhos em casa. Os colégios Mary Ward, no Tatuapé, e Franciscano Pio XII, no Morumbi, também recomendaram aos pais para manter os filhos em casa nesse período. Todas essas unidades seguem protocolo de segurança elaborado por unidades de saúde renomadas, como o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Oswaldo Cruz.


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