O autismo é um dos principais transtornos do neurodesenvolvimento, que acomete cerca de 1% da população. Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CD), dos Estados Unidos, 1 a cada 59 crianças fazem parte do transtorno do espectro autista. Os principais sinais aparecem por volta dos 18 meses no bebê e evoluem afetando várias áreas da vida dessa criança, como a comunicação, a sociabilidade, o padrão de brincar e se relacionar. Para ajudar os pais a identificar o transtorno desde cedo e estabelecer uma comunicação com os filhos, pesquisadores do Ambulatório de Autismo Teamm da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) elaboraram uma série de 20 vídeos que ajudam a estimular habilidades sócio-comunicativas para crianças com autismo.
O trabalho visa ajudar os pais por meio do ensino a distância, orientando-os quanto a como fazer para que crianças com o transtorno olhem para as pessoas e observem também o que acontece ao redor delas.
“A gente acredita que ao oferecer um repertório para os pais de estimular a criança desde pequena pegando esses sintomas iniciais a gente pode melhorar o prognóstico desses pacientes”, explica Daniela Bordini, psiquiatra da infância e adolescência e coordenadora do Teamm.
Ela explica que os vídeos sobre autismo ensinam o passo a passo aos pais em como instalar o contato visual e a atenção compartilhada, as duas bases principais da sociabilidade. Daniela ressalta que para começar o contato é importante que os pais escolham um ambiente calmo, com pouco barulho, sem estímulos ou brinquedos para que a criança não se distraia com facilidade. Os comportamentos difíceis que as crianças podem apresentar – elas podem querer ir embora, fazer birra, por exemplo – também são abordados em um dos vídeos.
“A ideia é que as famílias assistam ao vídeo na sequência para que as práticas sejam eficazes”, diz a professora que afirma ter observado bons resultados nas famílias que usaram os ensinamentos dos vídeos, “no sentido de diminuir sintomas e melhorar a cognição desses pacientes que eram graves”.
Os vídeos são parte de uma pesquisa colaborativa com a participação da Unifesp, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Para acessar a playlist completa gratuitamente acesse a perfil do Youtube da Teamm Unifesp.
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