OMS diz que alguns países onde escolas foram reabertas tiveram novos surtos de Covid-19

Líder da organização, Maria Van Kerkhove relatou que países reportaram à OMS que crianças representam entre 1% e 3% do total de casos da doença

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Surtos de covid-19 em escolas são registrados em alguns países, diz OMS; na imagem, garota com mochila nas costas e máscara olha para a câmera
Estudos mostram que as crianças menores de 10 anos tendem a ter menor prevalência da doença
Buscador de educadores parentais
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) foi questionada sobre o processo de reabertura das escolas pelo mundo, considerando tanto a questão da garantia do aprendizado de crianças e adolescentes quanto os riscos de surtos de covid-19 nesses ambientes.

Maria Van Kerkhove porta-voz da organização na pandemia, afirmou que de fato houve surtos de covid-19 em escolas que reabriram, “sobretudo em crianças mais velhas”. A líder da OMS ressaltou porém no geral as crianças desenvolvem quadros mais leves da doença, embora haja registros de mortes também nesse grupo.

Durante entrevista coletiva da entidade, Kerkhove declarou que as crianças têm representado em média, entre 1% e 3% do total de casos da doença, chegando em alguns países a 5% do total.

Segundo ela, estudos disponíveis mostram que as crianças mais novas, com menos de 10 anos, tendem a ter menor prevalência, enquanto aquelas acima dos 10 anos têm incidência similar à dos jovens adultos, de mais de 20 anos. “O que significa que elas podem ser infectadas, mas ter a doença mais leve”, relatou Kerkhove.

Sobre a possibilidade de transmissão, Kerkhove admitiu que os cientistas ainda precisam ampliar seu conhecimento sobre esse tema especificamente nas crianças.

Michael Ryan, diretor executivo da OMS também presente na coletiva, disse que, nas comunidades em que há mais riscos de surtos de covid-19, “as crianças farão parte da transmissão”.


Ele disse que o modo mais seguro de lidar com o problema é ter uma estratégia abrangente e de longo prazo para as sociedades em geral, não apenas para um ambiente delas, como as escolas. “Se suprimirmos os vírus em nossas sociedades, em nossas comunidades, então as escolas podem abrir em segurança”, insistiu.

Ryan ressaltou que as decisões sobre a reabertura das escolas devem ser tomadas com base em dados e taxas de transmissão – e não podem ser vítimas de politização.

“Existem problemas reais em torno de como a escola pode ser reaberta com segurança mas a melhor e mais segura maneira de reabrir as escolas é no contexto de baixa transmissão comunitária”, disse ele.

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